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Filmes geeks que eu recomendo

Estimados leitores, este é o primeiro post de uma série onde pretendo indicar os melhores filmes que na minha opinião estão ligados à temática de tecnologia e ficção científica. Fiquem à vontade para sugerir mais filmes nos comentários!

2001: Uma Odisseia No Espaço (EUA/Inglaterra, 1968)




Este é um clássico absoluto e uma grande obra-prima escrita por Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke, sendo produzido e dirigido pelo gênio Kubrick. Revolucionário e inovador até os dias de hoje. Muito já foi dito - inúmeras análises e críticas já foram feitas sobre esta maravilha ao longo dos anos. Desta forma, para não soar repetitivo, neste meu modesto texto pretendo me focar nos pontos que, no meu entender, tornam este filme tão especial.


Separação em atos

O filme é organizado em quatro grandes atos ou seções (nem todas estas transições estão creditadas ao longo do filme), que ajudam a manter a narrativa do filme sempre dinâmica, sendo uma marca registrada de Kubrick. São eles: A Aurora do Homem, AMT-1 (este não creditado do filme), Missão Júpiter e Júpiter e Além do Infinito.


Cena clássica do ato "A Aurora do Homem"

O Monólito




Objeto cercado de simbolismo e de interpretações diversas. Sempre que surge durante o filme, impulsiona a humanidade a um salto evolutivo. Foi assim, por exemplo, com os macacos do ato A Aurora do Homem, onde após encontrarem o monólito passaram a usar ossos como armas, se impondo sobre os outros animais e mesmo sobre outras tribos de macacos, devido à sua inteligência mais desenvolvida. Desde o lançamento do filme há um debate intenso sobre o significado no monólito, sendo para alguns a representação de uma forma de inteligência alienígena; para outros tantos, seria uma representação de um poder de origem divina. Permanece algo enigmático até os dias atuais, visto que Kubrick jamais elaborou uma “explicação oficial”.


Representação da tecnologia espacial


Representação do ônibus espacial Pan-Am Orion III: na época, acreditava-se que a Pan-Am chegaria até o espaço...

Kubrick contratou profissionais da NASA para ajuda-lo a criar representações das espaçonaves, da estação espacial, das cápsulas e de itens de tecnologia presentes no filme. O resultado foi espetacular: mesmo sendo um filme de 1968, rodado sem a ajuda da computação gráfica tão comum nos últimos anos, continua sendo um dos filmes mais realistas e que melhor representa a tecnologia espacial até hoje, deixando muitas produções mais atuais coradas de inveja. É uma experiência visual empolgante. Uma curiosidade: mais de 40 anos antes de a Apple lançar o primeiro iPad, Kubrick e Clarke já anteciparam a existência dos tablets.


Veja os dois tablets na mesa: 40 anos antes do iPad


HAL 9000




O computador HAL 9000 sintetiza de forma pioneira uma meta tecnológica que persiste até os dias de hoje: que os computadores possam adquirir capacidades que não foram programadas, ou seja, aprender. Junto com esta possível evolução sempre acompanhou o temor de que, adquirindo a capacidade de aprender, os computadores pudessem eventualmente se voltar contra a humanidade, tema largamente explorado em inúmeros filmes e livros. HAL 9000 é o computador que controla a espaçonave Discovery One a caminho de Júpiter (o terceiro ato do filme), e se rebela contra a tripulação quando esta decide que ele, apesar de ser reconhecido como infalível, deve ser desligado em função de um suposto erro de diagnóstico no funcionamento de uma antena externa da nave. HAL se tornou um dos grandes vilões da história do cinema, e a cena do seu desligamento é emocionante. Uma curiosidade: segundo Clarke, ao contrário da lenda que persiste até hoje, o nome HAL não foi formado a partir das letras que precedem a sigla IBM, mas sim significa Heuristic ALgoritmic, ou Algoritmo Heurístico.


Trilha Sonora

Kubrick foi genial, para dizer o mínimo, ao decidir utilizar música clássica como trilha sonora do filme. Obras como Also Sprach Zarathustra, de Richard Strauss, e The Blue Danube, de Johann Strauss II, são um dos pilares que tornam esta produção uma obra-prima atemporal. 


Final cósmico




O último ato do filme, Júpiter e Além do Infinito, é uma experiência visual e sensorial exuberante. Sem maiores explicações, bem ao estilo de Kubrick, encerra o filme deixando ainda mais questões para reflexão do que respostas. O monólito aqui também tem papel fundamental, ao apontar a próxima fronteira da evolução humana: seríamos destinados a nos tornarmos seres cósmicos (ou espirituais), abandonando a matéria grosseira que forma o nosso corpo?

Enfim, na minha modesta opinião, é o melhor filme já feito pela humanidade em todos os tempos! Se você ainda não assistiu, veja o quanto antes! Caso já tenha assistido, veja novamente! Eu mesmo já assisti a este filme inúmeras vezes, e a cada vez que o vejo sempre observo algum detalhe que não havia percebido antes, é impressionante! Deixo uma dica: caso você for apreciar este filme em uma mídia física, recomendo fortemente a edição em Blu-ray. Mesmo sendo uma produção de 1968, o trabalho de restauração feito para esta edição ficou excepcional, com uma ótima qualidade das imagens e som.

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