Estimados leitores, neste post darei prosseguimento à montagem do nosso simpático 286 (e torcendo para que ele ainda esteja funcionando!). Na Parte 1, fiz uma visão geral sobre as características, peculiaridades e os componentes necessários para integrarem o conjunto. Na presente parte, explicarei em detalhes os procedimentos para a montagem, bem como darei algumas dicas de como instalar os componentes de forma correta - caso algum de vocês decida se aventurar ou for eventualmente efetuar manutenção de um PC mais antigo. Boa leitura!
Para a montagem e testes, o primeiro passo é apoiar a placa mãe sobre uma superfície firme de material não condutivo, como papelão ou madeira. Opcionalmente, pode-se forrar este ponto com um plástico anti-estático (são aqueles plásticos utilizados para embrulhar placas diversas) ou mesmo plástico bolha. É necessário deixar um ressalto de alguns centímetros para que seja possível instalar as placas de expansão (como a placa de vídeo). No meu caso, utilizei para este fim a caixa do jogo Unreal Tournament 2003 (mais geek impossível, hehe).
Aqui cabe um parênteses: esta montagem irei realizar em bancada apenas, mas este passo também é útil mesmo para quando a montagem for feita em um gabinete, pois permite realizar testes para descobrir eventuais problemas que possam existir nos componentes antes da instalação no gabinete, que é muito mais trabalhosa.
É necessário haver um ressalto para permitir a instalação das placas de expansão |
O próximo passo é conectar a fonte de alimentação (que deverá estar desligada da rede elétrica) à placa mãe. No caso do 286, que utiliza fonte no antigo padrão AT, são necessários alguns procedimentos a mais em relação às modernas fontes ATX. O primeiro deles é que as fontes AT devem ser ligadas a um botão liga-desliga avulso (que não é controlado pela placa mãe como no padrão ATX) com quatro pinos. Tome bastante cuidado para não conectá-los de forma errada, o que resultará em uma "pequena explosão" e muito provavelmente na queima da fonte. Geralmente as fontes AT vem com o esquema de conexão mostrado na sua etiqueta de especificações. Siga-o à risca!
Note o esquema de conexão do botão liga-desliga indicado pela seta vermelha |
Botão liga-desliga necessário para as fontes AT - muito cuidado para não ligar os fios de forma errada! |
Feita a ligação do botão, é hora de conectar a fonte na placa mãe através do conector de alimentação AT.
Conector de alimentação padrão AT presente na placa mãe |
O maior problema dos conectores AT é que eles permitem que os plugues de alimentação sejam conectados de dois modos. Caso sejam conectados invertidos haverá outra "pequena explosão", e provavelmente a fonte e a placa mãe queimarão. O modo correto é efetuar a conexão sempre deixando os quatro fios pretos no meio, conforme ilustrado na imagem abaixo:
Deixe sempre os quatro fios pretos no meio que não tem erro! |
Agora podemos conectar o teclado e a placa de vídeo (neste caso em um slot ISA), bem como o cabo do monitor (padrão VGA/RGB) na placa de vídeo. Note que, diferentemente dos barramentos mais atuais, as placas de expansão ISA devem ser conectadas com o lado dos componentes para cima. Também é um bom momento para conectar o alto falante interno (buzzer), o que auxiliará no diagnóstico pois permite ouvir os bipes produzidos pela placa mãe - para conectá-lo, basta procurar na placa um conector de quatro pinos geralmente com o nome "speaker" decalcado ao lado.
Fonte de alimentação, placa de vídeo, teclado e buzzer conectados |
Chegamos ao momento da verdade! Devemos agora ligar a fonte de alimentação na rede elétrica (antes deve ser checado se a chave seletora de tensão 115V/230V está corretamente ajustada para a tensão a ser utilizada) e acionar o seu botão liga-desliga. Será que o "velho" 286 vai funcionar? Veja no vídeo abaixo!
Placa Super I/O e drive de disquete de 3 1/2" e 1,44 MB corretamente instalados |
Um detalhe importante: pelo menos para este modelo de controladora Super I/O, deve-se retirar o jumper de configuração mestre/escravo do disco rígido, caso contrário, o mesmo não é detectado pela controladora.
Disco rígido também conectado corretamente |
O próximo passo agora é entrar no Setup - programa de configuração do(a) BIOS (pressionando a tecla delete ao ligar o equipamento), para configurar corretamente alguns parâmetros do sistema, como o drive de disquete e o disco rígido. No caso deste último, foi necessário entrar manualmente com as informações do número de cilindros (Cyln), cabeças de leitura (Head) e o número de setores (Sect - vide a seta vermelha). Estas informações são referentes à geometria do disco rígido e geralmente vem escritas no mesmo.
A tela do Setup para a configuração dos diversos dispositivos - note a configuração do disco rígido em destaque |
Em destaque as informações da geometria do disco rígido (clique na imagem para ampliar) |
Os mais atentos devem ter reparado que no Setup o disco rígido aparece como sendo de 406 MB, enquanto que na etiqueta consta 425,3 MB. Isto ocorre em função da notação do Setup ser calculada em base binária, enquanto que os fabricantes de discos rígidos informam (até hoje) a capacidade calculada em base decimal, por questões puramente de marketing.
E chegamos ao final da segunda parte! Espero que tenham gostado! Na terceira parte procederei com a instalação do sistema operacional bem como algumas impressões sobre a utilização do nosso querido 286. Até lá!
Próximo:
Ressuscitando um antigo 286 (Parte 3 – Instalando o MS-DOS 6.22)
Anterior:
Ressuscitando um antigo 286 (Parte 1 – Apresentação e componentes)
Lembro do meu 386SX se não me engano com um HD de 40 mega uhuhuhhahahahahahaha apertando o turbo chegava em 40 megahertz nossa fodástico, com 4 mega de ram uhuhhuuhhahahahahahaha sou velho mesmo...
ResponderExcluirHehe, o 386 SX foi um modelo de 386 projetado pela Intel para poder ser utilizado em placas mãe de 286 - sendo uma opção de upgrade para quem tinha um 286 com um menor custo. Internamente ele é como um 386 qualquer (com registradores de 32 bits), apenas o seu barramento externo é de 16 bits para ser compatível com as placas para 286. O 386 DX tinha um barramento externo de 32 bits, o que exigia uma placa mãe própria. Pretendo falar sobre os 386 (tenho um aqui) futuramente. Um grande abraço!
ExcluirCara...parabéns.... Estou em busca de uma placa 286 harris 25mhz se souber alguma... acessível é claro... vou fazer meu projeto igual ao seu... quero deixa-lo lindão... kkkk abraço
ResponderExcluirObrigado! Essa placa me foi doada, uma verdadeira raridade! Até achei alguns 286 no Mercado Livre mas todos os que eu vi o preço estava nas alturas... abraço!
Excluiré verdade... já conversei com um cara no ML que sempre posta a venda de placas antigas... só que realmente o preço é muito alto... então ainda estou em busca de uma mais em conta...
ResponderExcluirHah montei meu 386DX40 tudo zerado... só ta faltando comprar as memórias.. a placa suporta até 32mb então quero montar os 8 módulos de 4mb cada, ai vou testar pela primeira vez essa máquina. Consegui para esse PC praticamente tudo novo na embalagem, alguma coisa eu já tinha guardado de muitos anos, pois já tive loja de informática... essas coisas... só as memórias e o drive de 5 1/4 que são usados, o resto ( gabinete, monitor, placas, etc nunca foram usados) ficou muito legal.
Puxa, um 386 sem uso é uma baita relíquia, parabéns, muito show de bola! Quanto ao ML, é difícil achar lá componentes antigos a um preço justo, até já comprei algumas coisas lá mas não é fácil achar a um preço bom, tive que procurar muito.
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