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Comparativo rápido: um SSD realmente vale a pena?

Após ter publicado um texto sobre a montagem de um arranjo RAID 0 com dois SSDs, surgiram algumas dúvidas a respeito destas unidades. A mais recorrente delas é se eles realmente fazem diferença na performance do equipamento nas tarefas cotidianas em relação aos discos rígidos tradicionais e se esta diferença torna compensatório a aquisição de um SSD. Este humilde texto pretende responder a esta dúvida!



Conforme já havia dado uma pincelada no artigo anterior, um SSD (Solid State Disc ou Disco de Estado Sólido) não possui partes mecânicas e móveis - ele basicamente consiste em um arranjo de vários chips de memória flash (similares aos encontrados nos pendrives, porém mais rápidos e robustos) organizadas e acessadas através de um chip controlador, que também faz a interface com a porta SATA. Já um disco rígido mecânico tradicional funciona igualzinho aos antigos discos de vinil: nele um disco gira a uma determinada velocidade (as mais comuns atualmente são de 5400 e 7200 rpm) enquanto que uma agulha faz as operações de escrita e leitura, repassando os resultados ao chip que faz a interface com o barramento externo. A foto de abertura desta postagem ilustra bem esta diferença.

Pelo menos na teoria, um SSD tem a obrigação de ser mais rápido. Mas o quanto mais e a que custo? Veja os resultados abaixo.

Os resultados

O sistema de testes consiste em um Intel Core i7 2600K, placa mãe Gigabyte Z77X-UP7, 16 GB de RAM DDR3-1600 e duas placas de vídeo GeForce GTX 760 em SLI. O sistema completo está descrito aqui

A legenda para as tabelas e gráficos é a seguinte:


HD1: Disco rígido WD Caviar Green de 5400 rpm e 64 MB de cache, interface SATA2.


HD2: Disco rígido Seagate Desktop HDD (7200.14) de 7200 rpm e 64 MB de cache, interface SATA3.


SSD: unidade Kingston V300 de 60 GB, interface SATA3.



Os resultados mostram uma grande diferença entre os dispositivos, principalmente no acesso sequencial e de pequenos blocos (4K). É importante notar que mesmo entre HDs de 5400 e 7200 rpm também há diferenças significativas. O gráfico da leitura sequencial ilustra esta diferença:


Com o AS SSD os resultados foram similares:



O AS SSD também mensura o tempo de acesso ao disco, que é a quantidade de tempo (medida em milissegundos, ou 0,001 segundo) entre a requisição de um dado e a sua efetiva entrega pelo dispositivo - por não ter partes móveis, esta é a principal vantagem dos SSDs. Quanto menor este tempo, melhor:



Conclusão - o melhor dos dois mundos

Se existe algo que os frios números dos resultados não mensuram é a agilidade que o sistema ganha ao se utilizar um SSD para a instalação do sistema operacional e dos softwares utilizados. Tarefas que antes levavam vários segundos se tornam instantâneas! E o que é melhor: não é necessário um PC de última geração para usufruir dos benefícios de um SSD, basta que a placa mãe tenha ao menos uma porta SATA de segunda geração (SATA2).

Sem dúvida a grande (e única) desvantagem dos SSDs perante os discos tradicionais é no custo por gigabyte de armazenamento. Por exemplo, em valores médios de junho de 2014, um SSD de 60 GB possui preço em torno de R$ 200, o que gera um custo de 3,33 reais para cada gigabyte de armazenamento. Já um disco rígido de 2 TB custa em torno de R$ 300, ou apenas 15 centavos para cada gigabyte de armazenamento!

Desta forma é desaconselhável usar um SSD para armazenamento de dados em virtude do alto custo envolvido, sendo ideal optar pelo melhor dos dois mundos: um SSD para a instalação do sistema operacional e dos softwares utilizados e um disco mecânico de grande capacidade para o armazenamento de arquivos. Um SSD mais barato de 60 GB é suficiente para uma instalação do Windows 7 ou do 8.X e dos softwares mais comuns. Para se ter um pouco mais de folga, considere porém um SSD de ao menos 120 GB. Quanto ao disco rígido tradicional, opte sempre pelos modelos de 7200 rpm com capacidade de ao menos 1 TB.

Comentários

  1. adoro seus posts,parabéns!!

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  2. Boa matéria... exatamente a conclusão que eu cheguei... ainda o custo esta muito elevado, mas vale a pena somente para o sistema OP... gostei muito da matéria... abraços

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    Respostas
    1. Obrigado! Realmente SSD para armazenamento é inviável economicamente, é muito melhor combinar SSD para o sistema e HD para o resto. SSD para armazenamento só se a gente fosse parente do Bill Gates... hehehe
      Um grande abraço! :-)

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