Retomando o tema do processador Core i7 3770K, substituto do meu finado 2600K, nesta postagem irei complementar a análise deste fantástico processador com informações sobre o overclock do mesmo e os tão aguardados resultados de diversas suítes de benchmarks. Confira todos os detalhes na sequência!
Tela do CPU-Z com o processador com 100% de utilização |
Uma nova abordagem para o overclock
Em função do sinistro envolvendo o meu 2600K, no qual acredito que o overclock mais agressivo que eu aplicava nele pode ter contribuído e também o fato de eu não ser exatamente rico para ficar trocando de processador toda hora, no meu novo 3770K adotei uma abordagem mais conservadora para a prática do overclock.
O primeiro ponto desta nova abordagem foi limitar o teto máximo para a tensão do núcleo do processador (o famoso Vcore) a no máximo 1,3 V, que é um valor considerado seguro para os Ivy Bridge e a sua litografia de 22 nm. Para tanto, deixei os ajustes de tensão no ajuste “Normal” e coloquei somente + 0,1 V para o Vcore dinâmico.
Os ajustes de tensão do processador |
Outra mudança nesta nova abordagem foi que desta vez mantive os esquemas de economia de energia ativados, tais como o Intel EIST (que reduz a frequência do processador e a tensão de alimentação em momentos de baixa demanda) e os estados C1E, C3 e C6 que, a grosso modo, desligam “partes” do processador em momentos de pouca atividade.
Os ajustes de frequência e os modos de economia de energia |
Consegui obter sem grandes dificuldades 4,5 GHz com o 3770K simplesmente aumentando o multiplicador para 45, conforme pode ser observado na foto de abertura do CPU-Z (a qual foi tirada com o processador em plena carga com o Prime95) e na imagem abaixo, capturada do Setup da placa mãe Gigabyte Z77X-UP7.
Finalizados os ajustes |
Para testar a estabilidade e medir as temperaturas utilizei o Prime95. Verifiquei também a questão que levantei na postagem anterior sobre o 3770K, onde os Ivy Bridge teriam uma temperatura mais elevada em comparação com os Sandy Bridge pela Intel ter substituído o composto térmico do processador por outro de menor qualidade. A imagem abaixo mostra o software monitor HWMonitor durante os testes com o Prime95, o qual leva o processador a 100% de utilização.
Temperaturas do processador a plena carga |
Conforme podemos observar a temperatura dos núcleos oscila em torno dos 75 ºC, isto com o processador a pleno vapor com o Prime95 - situação não atingida no uso cotidiano (mesmo o mais pesado jogo não chega nem perto). Se não me falha a memória, o meu antigo 2600K na mesma frequência (muito embora que para atingir 4,5 GHz ele requeria 1,325 V de tensão) ficava algo em torno dos 3 a 4 ºC a menos em média nos núcleos. Sem dúvida que os Ivy Bridge são mais “esquentadinhos”, mas na minha opinião não é nada de outro mundo. Também é bom lembrar que mesmo os novos Haswell usam o mesmo tipo de composto térmico dos Ivy.
Mas vamos para os nossos gloriosos benchmarks!
Benchmarks
O meu objetivo nos testes foi comparar o desempenho do 3770K com o meu antigo 2600K, para verificar se a troca foi ou não “seis por meia-dúzia”. Diferenças nos resultados de até 3% não serão consideradas e as medidas de frequência dos processadores estão em GHz. O restante da configuração básica é a seguinte:
- Placa mãe Gigabyte Z77X-UP7 (chipset Intel Z77);
- 16 GB de RAM Geil Enhance Corsa DDR3-1600 (quatro módulos de 4 GB no modo de dois canais);
- Duas placas de vídeo baseadas no chip gráfico Nvidia GeForce GTX 760 com 2 GB de memória de vídeo, instaladas no modo SLI x16/x16;
- Duas unidades SSD Kingston V300 de 60 GB SATA3 instaladas no modo RAID 0, com ambas conectadas às portas SATA3 (6 Gbps) controladas pelo chipset Z77. Utilizadas para a instalação do sistema operacional e dos programas de benchmark;
- Solução de refrigeração do processador Cooler Master Hyper N620 com pasta térmica aplicada (Implastec branca);
- Fonte de alimentação Seventeam V-Power Z-AF de 850 W, com certificação 80 Plus Bronze;
- Gabinete Thermaltake Armor VA8000B;
- Monitor principal LG 29MA73D de 29”;
- Sistema operacional Windows 8.1 Update 2.
PCMark 7
PCMark é uma suíte que faz um teste amplo sobre as principais tarefas realizadas no cotidiano, tais como importação de fotos e navegação da Web.
Aqui a diferença de desempenho entre os processadores subsequentes ficou sempre abaixo dos 3%. Porém a diferença entre o 3770K@4,5 (em overclock) com o mesmo processador operando na frequência padrão (@3,5) foi de 6,8%.
3DMark 06
Esta versão do 3Dmark é relativamente antiga, porém é uma boa para estimarmos o desempenho em jogos que utilizam o DirectX 9c.
Aqui o 3770K@4,5 foi 6,3% mais rápido do que o 2600K@4,9, que por sua vez foi 14,7% melhor do que o 2600K@4,5 enquanto que este foi 1,2% superior ao 3770K padrão. A diferença entre os processadores 3770K foi de 23,5%.
3DMark Vantage
Popular suíte que mensura o desempenho em aplicações DirectX 10.
Aqui o 3770K@4,5 foi 5,8% superior ao 2600K@4,9, que por sua vez foi 7,1% melhor que o 3770K@3,5 o qual foi 4,2% melhor do que o 2600K@4,5. Entre os 3770K a diferença foi de 13,3%.
3DMark 11
Mede o desempenho em jogos e aplicações DirectX 11.
Aqui os Ivy Bridge comandaram (talvez pela controladora PCI Express 3.0). O 3770K@4,5 foi 5,5% superior ao 3770K padrão, que ficou 1,2% à frente do 2600K@4,9 que por sua vez foi 8% superior ao 2600K@4,5.
3DMark Fire Strike
O Fire Strike é o teste mais “pesado” da última versão da popular suíte, sendo baseado no DirectX 11.
Cinebench R15
Aqui foi o único teste onde o 2600K@4,9 se saiu melhor (4,9%) em relação ao 3770K@4,5, que ficou 7,1% à frente do 2600K@4,5 que por sua vez ficou 8,4% acima do 3770K padrão. A diferença entre os dois 3770K foi de 16,1%. Como podemos ver a maior frequência de operação faz diferença neste teste.
Unigine Heaven 4.0 Basic
O Unigine Heaven é uma suíte de testes de desempenho de aplicações 3D bastante popular e a sua configuração Basic utiliza o DirectX 9.
Aqui os Ivy também comandaram. O 3770K@4,5 foi 10,6% superior ao 3770K@3,5, que ficou 1,1% à frente do 2600K@4,9 o qual foi 2,6% mais rápido do que o 2600K@4,5.
Unigine Heaven 4.0 Extreme
Aqui não houve diferenças significativas entre os processadores, ficando sempre abaixo dos 3%.
Hitman Absolution
Para finalizar utilizei um jogo “do mundo real”: o Hitman Absolution é o último jogo da série e no seu perfil Ultra usa e abusa de texturas pesadas e efeitos para melhorar a qualidade das imagens, como o anti-serrilhamento.
Aqui o 3770K@4,5 foi 6,8% superior ao 2600K@4,5, e este ficou 2,7% à frente do 3770K@3,5 o qual foi 12,6% mais rápido do que o 2600K@4,9 - este último foi a grande surpresa negativa deste teste. Entre os dois 3770K a diferença foi de 9,7%.
Conclusões
Os resultados comprovaram que os Ivy Bridge são sim superiores aos Sandy Bridge (não sendo uma troca “seis por meia-dúzia”), porém trata-se de uma diferença de performance insuficiente para justificar a troca em condições normais, principalmente considerando o preço praticado pelos Ivy por aqui. Interessante notar que o 3770K no seu ajuste padrão a 3,5 GHz ficou sempre próximo do 2600K@4,5, mesmo com uma frequência de 1 GHz a menos. Desta forma, para aqueles que possuam um Sandy Bridge recomendo esperar os próximos lançamentos da Intel, já que nem mesmo os Haswell são muito superiores para justificar uma troca (inclusive da placa mãe). Já para quem está montando uma configuração do zero faz mais sentido partir para os Haswell e uma placa mãe LGA 1150, a não ser que se encontre os Ivy e placas 1155 com bons descontos. Logicamente para quem já está com os Ivy não há nenhum motivo para trocar o processador em um futuro próximo. Particularmente só efetuei a troca em função dos problemas com o meu 2600K, mas estou bastante satisfeito com o 3770K.
Quanto aos ganhos obtidos com o overclock, eles foram bastante satisfatórios com o 3770K@4,5 sempre mantendo a liderança e com diferenças razoáveis em relação ao processador operando na frequência padrão. Considerando que o overclock feito aqui foi bastante moderado com um risco praticamente nulo, tal ajuste nestes moldes é um must have para os felizes proprietários de um 3770K. Mas recomendo bastante prudência caso se deseje passar disto, pois overclocks agressivos envolvem riscos – os quais aprendi a duras penas com a morte do meu antigo processador 2600K.
Comentários
Postar um comentário