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Minhas impressões sobre o VMWare Player

Sou um amante de máquinas virtuais (tenho facilmente mais de cinquenta delas no meu PC principal) e sempre gostei bastante do VirtualBox, desde os tempos da InnoTek. Porém ultimamente o software vem sendo uma fonte de dores de cabeça para mim e desta forma decidi dar uma chance para o seu concorrente direto, o VMWare Player. Confira aqui o meu veredicto sobre esta solução.







Fundada em 1998, a VMWare foi pioneira no ramo de virtualização nos PCs com o lançamento do VMWare Workstation em 1999, o qual durante muitos anos foi amplamente considerado como sendo a única solução de virtualização para PCs x86 realmente viável e madura. Com o lançamento do Microsoft Virtual PC (que atualmente anda meio esquecido pela empresa) e do então InnoTek VirtualBox em 2007 (a InnoTek foi comprada pela Sun, que por sua vez foi adquirida pela Oracle), ambos gratuitos, o mercado de virtualização para PCs ganhou um sopro de competitividade - o VMWare Workstation tinha (e ainda tem) apenas um “pequeno” problema: o alto custo da sua licença, o que motivou muitos a migrarem para as soluções concorrentes.

Em face disto a VMWare decidiu lançar em 2008 o Player, uma variação gratuita do Workstation. As primeiras versões do Player tinham uma limitação chata de não poderem criar diretamente máquinas virtuais (apenas executá-las), limitação que felizmente foi removida a partir da versão 3.0 do software. Na data em que escrevo a última versão estável do VMWare Player é a 7.1 e está disponível para hosts Linux e Windows de 64 bits. Como eu até recentemente era um heavy user do VirtualBox, a avaliação será feita nesta perspectiva.

O que eu gostei

VMWare Tools para sistemas Windows 9X/Me

O VMWare Tools é uma coleção de drivers e recursos para o sistema operacional guest (que no VirtualBox é chamado de “Adicionais para convidado”) que melhora bastante o desempenho do sistema virtualizado. Ao contrário do VirtualBox, o VMWare Player oferece este recurso também para os sistemas operacionais Windows 95, 98 e Me - sem dúvida que estas versões do Windows já estão mortas e enterradas há muito tempo, mas existem situações onde um melhor suporte faz-se necessário, por exemplo, para quem utiliza algum software incompatível com o kernel NT e faz uso de alguma destas versões do Windows virtualizadas.



Ferramentas avançadas de disco

Você dimensionou mal a capacidade do disco rígido virtual do sistema guest e agora ele está cheio? Sem problemas, pela interface do Player você pode resolver esta questão rapidamente, além de também contar com outras ferramentas úteis tais como a desfragmentação do disco virtual. Este é um recurso que sempre fez falta no VirtualBox.


Expandindo a capacidade de um disco virtual


Possibilidade de criar uma imagem de disquete diretamente pelo Player

Uma mão na roda para quem virtualiza sistemas operacionais mais antigos que utilizam disquetes. No VirtualBox era necessário criar tais imagens manualmente com a ajuda de softwares de terceiros.




BIOS/Setup próprio

O Player possui uma imagem BIOS que conta com um Setup próprio (que é acessado pela tecla F2 ao iniciar uma VM), o que leva as possibilidades de ajustes praticamente ao mesmo nível de um PC físico.



Opção de não sincronizar os relógios entre os sistemas host e guest

Pode parecer algo sem importância, mas às vezes pode ser necessário adotar um horário (ou um fuso horário) diferente para o sistema virtualizado. O VirtualBox sincroniza os horários por padrão (após a instalação dos Adicionais para convidado) e a sua interface não oferece opção de desativar esta função.



Autologin

Útil principalmente para sistemas virtualizados que ingressarão em um domínio, permite que o sistema operacional guest automaticamente faça um login na rede ou domínio. Convém destacar que este recurso só está disponível para guests a partir do Windows 2000.




Recurso de arrastar/soltar arquivos e pastas que funciona

Para compartilhar arquivos e pastas entre os sistemas host e guest nada mais prático do que o recurso de arrastar e soltar. O VirtualBox teoricamente também oferece este recurso mas que comigo nunca funcionou (pelo menos até a versão 4.3.26), mesmo instalando os Adicionais para convidado no sistema guest e habilitando o recurso pelo menu Dispositivos – Arrastar e soltar.



O que ele ficou devendo (e que o VirtualBox oferece)

Há certas funções que a VMWare reserva apenas para a cara edição Workstation, entre as quais destaco:

Criar e restaurar snapshots

Um snapshot é como se fosse uma fotografia do estado da máquina virtual e torna possível que a mesma seja revertida para este estado a qualquer momento, recurso útil para restaurar o funcionamento de uma VM sem ter que reinstalar o sistema operacional guest. O Player não conta com este recurso nativamente, mas você pode contornar parcialmente esta limitação fazendo cópias manuais do arquivo que contém o disco rígido virtual, cuja extensão é .vmdk.

Capturar a tela do sistema operacional guest (screenshot)

O Player não conta com um recurso para fazer uma captura da tela da VM, muito embora seja possível contornar esta limitação instalando no sistema guest algum software para a criação de screenshots tal como o ótimo ScreenHunter Free.

Licenciamento

O VMWare Player é gratuito apenas para uso pessoal. Em ambientes corporativos isto é algo que deve ser levado em consideração.

Conclusão

Em que pesem algumas limitações da versão, o VMWare Player é um gerenciador de máquinas virtuais cheio de recursos e com bons diferenciais. Inicialmente decidi avaliar o Player em função de estar bastante insatisfeito com as últimas e problemáticas versões do VirtualBox, mas os recursos que mostrei aqui definitivamente me converteram para o produto da VMWare, que também se mostrou bastante estável e confiável durante os testes. Para uso pessoal, a opção entre ele e o VirtualBox recai em analisar qual das duas soluções oferece os recursos que você julgar mais importantes para a sua utilização ou caso você esteja enfrentando problemas com alguma delas.

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