Como a programação tanto das emissoras de TV abertas quanto das pagas anda me desagradando cada vez mais, decidi montar um HTPC (Home Theater PC) para transformar a minha Dumb TV em uma Smart TV. Confira aqui a minha seleção de componentes e as funcionalidades esperadas para o equipamento - o lado bom, como vocês verão nestas mal traçadas linhas, é que não é necessário um Super PC para esta tarefa.
Motivação e funcionalidades projetadas
Sem dúvida a maior motivação para este projeto é o meu desgosto cada vez maior com as TVs abertas e pagas. Apenas para citar alguns exemplos, acho um absurdo que um canal pago (muito bem pago, diga-se de passagem) exiba anúncios no meio de um filme que chegam a ter duração maior do que as propagandas dos canais abertos. Outra coisa que me desagrada profundamente é a política de cobrança de ponto adicional praticada por certas operadoras, além de é claro do preço das mensalidades e da canseira que te dão em caso de problemas. Quando às TVs abertas, acho que nem preciso comentar sobre a qualidade da programação, principalmente nos finais de semana.
Isto posto, o meu singelo HTPC terá a missão de executar a minha coleção de filmes em MKV (que ripei dos meus DVDs e Blu-Rays originais, em breve farei uma postagem sobre este tema, aguardem!), músicas, Netflix e YouTube - o lado bom é que atualmente qualquer processador e GPU de entrada suportam tais tarefas com um pé nas costas. A principal exigência neste cenário é uma maior capacidade de armazenamento para os arquivos de filmes (arquivos MKV em 1080p chegam fácil aos 10 GB), desta forma é recomendável um disco de pelo menos 1 TB.
Até pensei também em incluir um drive de Blu-Ray para reproduzir as mídias diretamente, mas logo abandonei a ideia: graças ao pesadelo chamado DRM presente nestas mídias é necessário um software específico para reproduzir as mesmas. O mais conhecido deles é o PowerDVD, cuja licença com suporte a Blu-Ray custa em média 300 dilmas (lembro-vos que não uso software pirata) – por este preço é muito melhor comprar um player de mesa, que estão a preço de banana pois ninguém quer! E além do mais, as minhas mídias físicas estão confortavelmente ripadas em MKV sem perda de qualidade aparente (pelo menos nunca percebi diferença).
Mas chega de conversa e vamos à apresentação dos componentes!
Os Componentes
Gabinete e fonte – K-Mex genéricos
Para ser sincero, nem todas as peças são sobras: para compor o conjunto foi necessário comprar o gabinete, a placa de vídeo e um kit de mouse e teclado sem fio, porém o custo foi relativamente baixo pois comprei os dois primeiros usados (100 dilmas cada um em média) e o mouse/teclado foi o mais barato que achei.
Começando pelo gabinete, precisava de um modelo razoavelmente compacto para ser colocado na estante da sala, porém que comportasse também uma placa mãe Micro ATX (a maioria dos gabinetes compactos suportam apenas as placas mãe ITX e eu não queria comprar outra). Acabei achando este modelo da K-Mex que caiu como uma luva: na imagem de abertura da postagem podemos ver o seu painel lateral, vejam abaixo o frontal:
Sob as tampas estão duas portas USB 2.0 e os conectores de áudio frontais, além de uma baia para dispositivos de 5,25” como unidades de DVD e Blu-Ray:
Eis o gabinete como veio ao mundo. Ele suporta placas mãe Micro ATX e ITX.
Acompanha o produto uma fonte genérica de 250 W. Não é nenhuma maravilha, mas pelo baixo consumo da configuração dá conta do recado.
CPU – Intel Celeron E3300 (dual core, 2,5 GHz, 1 MB de cache, LGA 775)
Este Celeron estava “sobrando” por aqui e atende perfeitamente aos requisitos, além de ter a vantagem de esquentar bem pouco reduzindo o ruído do conjunto (a ventoinha do seu cooler gira mais devagar). Logicamente que todos os recursos de economia de energia (tais como o SpeedStep) ficam ativados.
Placa mãe – Asus P5KPL-AM (LGA 775, Intel G31 + ICH7, DDR2)
Esta Asus foi uma das primeiras placas do meu servidor doméstico. Possui as dimensões Micro ATX e é um modelo de entrada baseado no chipset Intel G31. Seus grandes destaques são a presença de um slot PCIE x16 e o codec de áudio VIA VT1708B de oito canais com resolução de 24 bits, taxa de amostragem de 192 KHz e relação sinal/ruído de razoáveis 98 dB. Será conectado a um sistema de caixas 5.1 de 40 W RMS analógico.
RAM – dois módulos Geil DDR2-800 de 2 GB cada (5-5-5-15), totalizando 4 GB
Placa de vídeo - Nvidia GeForce GT 520 (1 GB DDR3 de VRAM)
Como a GPU integrada no chip ponte norte Intel G31 não "aguenta" reproduzir conteúdo em Full HD de forma satisfatória, adquiri esta Asus usada com refrigeração passiva que contribui sobremaneira para a redução do ruído. A GPU GT 520 (arquitetura Fermi) é capaz de decodificar arquivos em 1080p com um bit nas costas.
A placa possui espelhos traseiros Micro ATX para gabinetes compactos e conta com portas HDMI (que será utilizada para ligação à TV), DVI e DB15 (popularmente conhecida como VGA).
Disco rígido - Samsung de 1,5 TB (5.400 RPM, 32 MB de cache, SATA-300)
Como uma das prerrogativas era espaço de armazenamento, o meu servidor doméstico doou este confiável Samsung para o HTPC.
Mouse e teclado sem fio
Chineses e baratos, se durarem um ano já deram lucro. Tentam imitar os Apple, porém sem muito sucesso.
Rede – Adaptador Wi-Fi de 300 Mbps (PCIE x1)
Como o meu humilde lar possui três pavimentos fica complicado passar cabos de rede, desta forma tenho que apelar para a rede Wi-Fi impulsionada por um amplificador de sinal.
Montagem e configuração
Apesar das dimensões reduzidas o gabinete K-Mex é confortável de se manipular e a montagem foi tranquila. O disco rígido é fixado em dois trilhos laterais e sobre ele ficaria uma armação para a instalação de dispositivos de 5,25”, que no meu caso não será utilizada.
O painel traseiro:
Como a Asus P5KPL-AM é uma placa mãe de entrada a mesma não possui muitas opções de configurações e overclock no Setup, o que no caso não fará tanta diferença pela utilização do HTPC, onde é muito mais importante o silêncio e baixas temperaturas do que desempenho bruto.
Como sistema operacional optei pelo Windows 7 Ultimate x64 e pelo menos por enquanto não atualizarei para o 10 (veja aqui o motivo). Quanto aos softwares, a dupla dinâmica (e free) VLC e AIMP3 dá conta do recado para filmes e músicas respectivamente, além do Chrome para abrir o YouTube.
Informática realmente é uma ciência esotérica. Logo ao ser montado o conjunto recusava-se a iniciar (tela preta e sem emitir bipes) e parti para o processo de diagnóstico padrão: teste da fonte (que não apontou falha), deixar somente o processador e um módulo de memória conectado, teste com outros módulos e nada. O que resolveu foi a clássica “sessão de descarrego total dos capacitores”: uma madrugada com a placa totalmente desconectada de fontes de carga, inclusive a pilha do CMOS. Após isto a P5KPL-AM voltou a funcionar perfeitamente.
Fica a dica: caso você se depare com tal situação (sistema que se recusa a dar vídeo), a sessão de descarrego pode operar verdadeiros milagres! :)
Veja também:
所有的流浪汉!观看Globo电视台
ResponderExcluir- Lao Ren Nee
Essa fonte que embrulha um pouco o estômago. Pena não ser fácil achar fontes SFX de boa qualidade por aqui.
ResponderExcluirE o Celeron E3300 é um excelente processadorzinho (até VT-x tem). Usava um até pouco tempo atrás, antes de trocar por um C2D E7300.
Essa fonte sem dúvida é o principal ponto fraco, mas o consumo calculado do conjunto é de apenas 174 W então deve dar para o gasto.
ExcluirE o E3300 realmente é um processadorzinho bastante honesto, sem falar que a sua litografia de 45 nm contribui ainda mais para reduzir a temperatura e consequentemente o ruído.
Existem várias Seasonic mini ITX no ML por preços decentes. Em um dos anúncios custa 30 reais a SS300SFE. Comprei duas daquele vendedor.
ExcluirRapaz, que bacana! Dá até vontade de garimpar peças e montar um, rs. Acredito que só faltou um software media center como o Kodi ou Plex; gostei da dica também. Parabéns!
ResponderExcluirObrigado! Estou finalizando a montagem de uma versão "bombada" do HTPC, assim que der pinta aqui no blog!
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