Pular para o conteúdo principal

O maldito custo Brasil

Os amigos do Hardware.com.br descobriram a primeira loja brasileira a oficialmente vender a Radeon Pro Duo, que com duas GPUs R9 Fury X em um Crossfire interno e refrigeração líquida é a melhor placa de vídeo da atualidade, custando 1.500 dólares nos EUA. Segue o print da página da loja:



Somente a alta do dólar não explica este absurdo - na verdade os grandes responsáveis por uma aberração destas são os impostos em cascata (imposto sobre imposto), começando pelo caríssimo Imposto de Importação, que nada mais é do que a Reserva de Mercado com uma nova roupagem. Em seguida vêm os despachantes aduaneiros, demais atravessadores, frete e finalmente a margem de lucro da loja.

Antes de partir para a chamada "conversão burra" de valores (simplesmente multiplicar o preço em dólar pela cotação atual), considere o seguinte: é infinitamente mais fácil um americano ganhar 1.500 dólares do que um brasileiro ganhar 7.200 reais. E olha que mesmo nos EUA este valor não é considerado barato.


Até quando vamos aceitar isto como se fosse algo normal, "coisa de Brasil"? Até quando vamos aceitar a impossibilidade de comprar produtos de qualidade a um preço justo? Para isto mudar os gastos públicos precisam ser melhor controlados, consequentemente reduzindo a sanha arrecadatória. Pensem nisto.

Comentários

  1. Meu primeiro contato com um computador pessoal foi em 1986, quando estudava em escola técnica. Eu não tinha um em casa, e só os amigos que tinham família bem de vida ou que se sacrificava podiam se dar a esse luxo.

    E era daquele jeito: um PC de 8 bits, entre 16 e 64k de RAM e gravador de fita para dados. Monitor? Só quem podia. A maioria ligava na TV. Quem tinha um MSX era rei.

    Nas empresas, mesma coisa. Um ou dois por departamento, e só em empresas médias ou acima disso, onde todos os funcionários os usavam alternadamente. PC-XT, digo. Ter uns AT´s era coisa pra empresa pica. E mesmo assim, tendo o DOS como sistema, era apenas para fazer as mesmas tarefas mais rapidamente.

    E o PC era comprado e mantido com a configuração original até chegar ao fim da vida útil. Upgrade? Como? Caríssimo, e isso apenas se tivesse software para aproveitá-lo.

    Bastou terminar a reserva de mercado, que coincidiu com a chegada do Windows 3.1 por aqui, que a realidade mudou totalmente. Um PC ainda não era barato, mas a liberdade de mercado trouxe com ela a liberdade de escolha. Já se podia comprar uma máquina em configuração escolhida. Tinha preço? Claro. Mas a coisa mudou da água pro vinho em poucos anos.

    O exemplo que o Rigo cita aí na matéria descreve uma política de gente que se preocupa com suas próprias ideias de como o mundo deve ser. E não de como, de fato, ele deve ser.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Perfeito! É imensamente gratificante ler textos como este!

      Compartilhando o seu testemunho, o meu primeiro contato com um computador foi em 1987 com um TK-85 de um primo meu, o qual havia sido comprado a duras penas pelo meu tio. Era ligado à TV utilizava fitas cassete como armazenamento que sempre davam problema para carregar os jogos e programas, o que nos obrigava a digitar todas as linhas de código novamente. Um grande aprendizado!

      Me lembro até hoje quando chegou o primeiro PC na empresa do meu pai: era um Scopus Nexus, clone nacional do XT que custava um absurdo de caro na época - tanto que era apenas UM computador para toda a empresa, e tinha uma tabela de agendamento para uso do mesmo. Junto com o Scopus veio uma também cara impressora Rima, que levava em média dez minutos para COMEÇAR a imprimir no formulário contínuo, e não raro os puxadores de papel pulavam um furo do formulário contínuo e toda a impressão ficava desalinhada.

      O cenário apenas mudou após o fim da Reserva de Mercado no início da década de 1990, quando a empresa do meu pai pode trocar o Scopus por um 386. Wow! :p

      Excluir
    2. Um Nexus, se não me engano, custava em torno de 10 mil dólares. E daquele jeito, como todos os outros: "Ei, não fica mudando ele de lugar em cima da mesa ou estraga" :v. A Rima merece crédito, volta e meia dava um problema, tracionador incomodando, mas aguentava serviço. Que época.

      Excluir
    3. Era isso mesmo, 10 mil obamas em valor da época! E a Rima realmente era guerreira... difíceis mas bons tempos!

      Excluir

Postar um comentário