Ao contrário da mesmice de muitos outros laboratórios que insistem em comparar os novos processadores da AMD com o Core i7 7700K, eu decidi fazer algo mais no estilo deste espaço e chamei o bravo 3770K para mais um desafio. Confira!
Antes de iniciarmos os trabalhos, convém esclarecer que eu não recebi uma unidade do Ryzen para testes, visto que a AMD é bem mão de vaca e o seu marketing simplesmente inexiste. Isto posto, pego mais uma vez emprestado os números de um dos laboratórios mais confiáveis do mundo, o Clube do Hardware.
Resumidamente, o meu sistema consiste em um Intel Core i7 3770K@4,7 GHz, placa mãe Gigabyte Z77X-UP7, 32 GB de RAM DDR3-2400 e uma Nvidia GeForce GTX 1070 (SLI desabilitado). A configuração do Clube do Hardware é um AMD Ryzen 7 1700, placa mãe Asrock X370 Taichi, 16 GB DDR4-2133 e uma Nvidia GTX 1080.
Em tempo, os meus ensaios de referência são estes, onde também consta a minha configuração completa:
Vamos aos números:
Comecemos a análise pelos benchmarks sintéticos PC Mark. A única diferença notável foi na suíte Creative que provavelmente faz um uso mais intensivo das threads disponíveis no Ryzen, enquanto que nas demais a diferença mal saiu da margem de erro de 3%.
No caso do 3DMark e do GTA V, cabem alguns esclarecimentos. O teste do Clube do Hardware foi feito com uma GeForce GTX 1080, enquanto que os números obtidos com o 3770K foram com uma única GTX 1070, pois se tomasse os resultados com o SLI habilitado não daria muita graça. 😈
Mesmo assim, o comparativo ficou muito interessante: os testes Cloud Gate e Sky Diver são pouco exigentes (principalmente o primeiro que roda a 720p) a ponto de a GPU pouco interferir no resultado. As 16 threads e a maior quantidade de cache do Ryzen fizeram a diferença, mas menos do que o esperado. Já no Fire Strike padrão que roda a 1080p houve um empate técnico, com um detalhe importantíssimo: o 3770K é empurrado por uma GTX 1070, enquanto que o Ryzen o é por uma 1080, como expliquei no parágrafo acima.
Já o teste do GTA V foi executado em 1080p com as opções de qualidade de imagem no máximo e com o anti-aliasing desligado. Dada a diferença das GPUs, o resultado obtido pelo 3770K foi muito bom.
O último teste coincidente foi o do Cinebench, o qual renderiza uma imagem utilizando apenas o processador. Aqui o dobro de threads do Ryzen mostra a sua força, porém a diferença obtida ficou bem abaixo do dobro.
Conclusão
Os resultados corroboram o que foi reproduzido por inúmeros laboratórios Web afora. As novas CPUs da AMD se destacam mais em aplicações que fazem um uso intensivo de todas as threads disponíveis nos processadores, tais como renderizadores de imagens e encoders de vídeo. É bom ter em mente isto.
Cabem também algumas ponderações. A primeira delas é a de que os Ryzen foram recentemente lançados (há menos de um mês), assim levará um certo tempo para a AMD liberar correções e melhorias para os fabricantes de placas mãe incluírem em atualizações de firmware (BIOS), e também para que os desenvolvedores otimizem as aplicações. Este com certeza é um processo muito mais moroso: como empresas desenvolvedoras de software não vivem de ar, apenas quando o market share dos Ryzen atingir um certo patamar é que elas dispenderão tempo de desenvolvimento (que não é barato) para tornar o código das aplicações mais compatível com a nova arquitetura da AMD.
Uma terceira ponderação é o grande salto evolutivo que houve entre os Ryzen e a linha anterior da AMD, os FX. Ainda que com uma certa demora, é visível que a empresa fez o dever de casa e trouxe um produto brutalmente superior em qualquer aspecto, seja em desempenho ou em eficiência energética e térmica. Para quem tem um FX sem dúvida vale muito a pena migrar para um Ryzen, sem pensar meia vez.
Também deve-se considerar o potencial de overclock dos Ryzen, cujo grande destaque é o multiplicador desbloqueado. Com uma tensão de 1,35 V o pessoal do Clube do Hardware conseguiu atingir 3,9 GHz com o Ryzen 7 1700, exatamente como a AMD sugere, muito embora o meu antigo 3770K consiga 4,7 GHz com 1,34 V e a 4,5 GHz ele requer apenas 1,24 V.
Para finalizar, os resultados mostram que o 3770K realmente é um velhinho com muita lenha para queimar. Ainda bem!
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