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Rebuild #2: o meu PC dos sonhos em 1998 (Parte 1 - Apresentação e Montagem)

O bravo PC 80486 DX4 de 100 MHz mostrado na série Rebuild #1 ficou comigo até 1997, quando novas aplicações e jogos mostraram-se exigentes demais para o pobre 486. Esta série de postagens mostrará a segunda configuração que tive, com algumas poucas licenças poéticas.



Mas chega de conversa e vamos à apresentação dos componentes!

Processador – Intel Pentium MMX de 233 MHz

Na época o processador que eu tive foi a versão de 200 MHz, pois se não me falha a memória o MMX de 233 MHz custava quase o dobro do preço por apenas 33 MHz a mais – Intel sendo Intel desde os tempos remotos. Porém felizmente descobri que o meu 200 funcionava perfeitamente em 233 MHz apenas alterando o multiplicador (um jumper na placa mãe) e assim ele rodou durante praticamente todo o tempo em que ficou comigo, sendo o primeiro processador no qual fiz overclock.


  As características técnicas dos Pentium MMX são as seguintes:

  • Frequências de 166, 200 e 233 MHz;
  • Frequência do barramento frontal de 66 MHz;
  • Cache L1 de 32 KB;
  • Conjunto de instruções MMX (oito registradores de 64 bits, nomeados de MM0 a MM7);
  • Tensão de alimentação de 2,8 V;
  • Litografia de 0,35 µm;
  • Plataforma soquete 7.


Placa mãe – Asus P5S-B

Em 1998 a placa mãe que eu tive foi uma Asus VX97 baseada no chipset Intel 430VX. No RetroLAB eu tenho a placa BCM SQ591, também baseada no 430VX e assim bastante similar à Asus, o que me fez escolhê-la como a placa para este ensaio.

Placa mãe BCM SQ591

Porém no primeiro teste observei que a placa não reconhecia mais a memória cache L2 (a placa de fato tem 256 KB de cache como pode ser visto aqui e sim, eu verifiquei no Setup se o cache estava habilitado) e a falta deste cache penaliza bastante o desempenho. 

Cadê o cache que estava aqui?

Em busca de opções no laboratório optei pela Asus P5S-B, a placa que utilizei com a configuração posterior que eu tive (e que será abordada no Rebuild #3). Embora não seja estritamente correta para o período abordado, possui alguns fatores que compensam: é também no formato AT, é velha conhecida minha e suporta o FSB em 100 MHz, desta forma poderei caprichar no overclock.

As características da P5S-B são as seguintes:
  • Chip ponte norte SiS 530 e ponte sul SiS 5595;
  • O SiS 530 possui um chip gráfico AGP integrado, que pode ser desabilitado;
  • Três slots de memória para módulos DIMM de 168 vias SDRAM;
  • Quatro slots PCI;
  • Dois slots ISA de 16 bits;
  • Duas portas IDE UDMA4 (66 MB/s);
  • Suporte a duas portas USB 1.1;
  • Interfaces serial, paralela e de disquete;
  • Plataforma super soquete 7 (suporta FSB em 100 MHz).

Placa mãe Asus P5S-B

Ainda tenho o manual original. 😎


RAM – 64 MB PC133 (2X 32 MB)

Esta foi exatamente a quantidade de RAM que eu tive em 1998, a qual consistia em quatro módulos EDO SIMM de 72 vias de 16 MB cada, um espanto para a época. Aqui serão utilizados dois módulos PC133 de 32 MB.


Placa de vídeo 2D – S3 ViRGE com 4 MB PCI (Diamond Stealth 3D 2000)

Exatamente o mesmo modelo que eu tive 19 anos atrás. Em 2D este chip é muito bom, como em jogos para Windows com renderização por software e jogos para MS-DOS, porém em 3D é um fiasco completo: acelera apenas algumas poucas funções do Direct3D e o desempenho não é lá essas coisas. Vale lembrar que o ViRGE foi a primeiro chip “3D” feito pela S3.


Placa de vídeo 3D – 3dfx Voodoo2 com 8 MB PCI (Creative 3D Blaster)

Este foi um sonho de consumo absoluto, que eu jamais consegui realizar em 1998 por dois motivos: como foram lançadas naquele ano, as placas Voodoo2 eram extremamente caras e difíceis de encontrar. Lembre-se de que nesta época o mercado de hardware era primitivo no Brasil se comparado a hoje.

Como expliquei na postagem que contém a história da 3dfx, o Voodoo2 é um chip 3D apenas e deve funcionar em conjunto com uma placa de vídeo tradicional. Porém o mais importante é o suporte à Glide, API proprietária da 3dfx que era a rainha dentre os jogos 3D no final do século passado - o DirectX e o OpenGL eram meros coadjuvantes.


Placa de som – Creative Sound Blaster AWE32 ISA

A clássica AWE32 foi a primeira placa de som da Creative a trazer um sintetizador de MIDI por Wave Table, com suporte a até 32 instrumentos simultâneos. Repare que ela tem dois slots para módulos de memória SIMM de 30 vias, os quais permitem ampliar a RAM da placa que é de 512 KB por padrão. Mais RAM permite carregar e manipular um número maior de instrumentos.


Placa de rede – 3Com Fast Etherlink PCI

Plaquinha básica Fast Ethernet (100 Mbps).


Disco rígido – Quantum Bigfoot de 1,2 GB

Monstruoso! Esta série de discos rígidos de 5,25” da Quantum foi muito popular na época, porém tinha alguns problemas crônicos de desempenho oriundos do tempo de acesso de altos 15 ms e da rotação de apenas 3600 RPM, mas em compensação eram mais baratos do que os Quantum Fireball. Em 1998 eu tive o Bigfoot de 4,3 GB, sendo que este de 1,2 GB foi o mais próximo que pude obter.


Sistema operacional - Windows 95 OSR 2.5 e Windows NT 4.0 Workstation

Exatamente os mesmos que usei em 1998: o 95 para jogos e o NT 4.0 para trabalho e estudo.




Montagem

O primeiro passo para a montagem foi providenciar um pouco de pasta térmica para o chip ponte norte SiS 530, uma vez que o mesmo vem de fábrica sem qualquer tipo de interface térmica com o dissipador de calor. Nota zero para a Asus!


Aqui o processador e os módulos de memória estão instalados, assim como o dissipador de calor do chip SiS 530.


Mesmo em processadores antigos eu não dispenso a pasta térmica. Nesta imagem também é possível observar os dois grandes blocos de dip switches que configuram todos os parâmetros da placa mãe Asus P5S-B, tais como a frequência do FSB, multiplicador e tensão de alimentação do processador.


Aqui vemos a placa já montada no gabinete, que é um modelo ATX compacto convertido para AT com uma chapa adaptadora. Mais detalhes na segunda parte.


Já com todas as placas instaladas e em funcionamento. A fonte é uma AT genérica da XPC de 300 W (na etiqueta).


Disco rígido Quantum Bigfoot instalado. O bicho é grande, realmente faz jus ao nome! 😱


Inicializou de primeira. Yeah!


É isto aí. Aguardem as cenas dos próximos capítulos!

Veja também:
Rebuild #1 – O meu primeiro PC próprio (Parte 1 – Apresentação dos componentes e montagem)

Comentários

  1. Muito bom mesmo, aguardo ansioso a segunda parte!

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  2. Respostas
    1. Verdade! Lembro-me de um comparativo que a revista PCs fez na época com as duas e as conclusões foram mais ou menos as seguintes: as vantagens da Asus eram o acabamento, melhores componentes (principalmente os capacitores) e a possibilidade de desabilitar completamente o vídeo onboard.

      Mas realmente o SiS 530 não é lá essas coisas, digamos que na P5S-B ele fica "melhorzinho".

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  3. Que conjunto de respeito, hein!? Uma placa mais linda que a outra, com destaque para a mítica Voodoo 2 e seus 3 "chipões". Vai fazer testes com essa beleza em overclock?

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    1. Com certeza, ainda mais com uma placa-mãe com suporte ao FSB de 100 MHz. :-)

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  4. Tomara que uma passada no forno, uma ressolva ou mesmo uma simples limpeza revivam o cache da tua VX97. Estamos todos torcendo por isso :)

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    1. Limpeza eu já havia feito (com álcool isopropílico) e não adiantou.

      O forno pode ser uma possibilidade a tentar, já a ressolda não dá pois o meu ferro de solda (e a minha mão) não tem precisão suficiente para soldar contatos tão pequenos e próximos entre si, visto que se ficar um pouco de estanho unindo dois ou mais contatos a placa queima de vez. Só mesmo alguém com equipamento especial para conseguir fazer.

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  5. Por acaso vc teria o rabicho de audio onboard dessa P5S-B? Adquiri uma recentemente sem nenhum acessório, porém funcionando perfeitamente. Queria tentar utilizar o aúdio onboard dela que aparentemente é muito bom para dos e emulação do sb16 (ESS Solo-1). Se vc tiver me ajudaria bastante algumas fotos detalhadas para eu que possa construir um rabicho que sirva nela, usando um antigo que eu tenho aqui. Infelizmente no manual não tem a informação dos pinos, por isso estou travado.

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