Dada a grande repercussão que o lançamento do Xbox One X causou, resolvi detalhar um pouco mais a minha opinião sobre o assunto, que talvez não tenha ficado clara nas postagens anteriores sobre o tema. Confira!
Um breve histórico pessoal
Mesmo que denuncie a minha idade, farei um resumido histórico da minha vivência no mundo dos jogos: afinal de contas, estou nesse negócio há trinta anos! 😱
Tudo começou no já distante ano de 1987. O país era assolado pela hiperinflação e planos econômicos desastrados (tais como o Cruzado, Bresser e Verão) complicavam ainda mais as coisas. Com muito esforço, o meu pai me presenteou com um Atari 2600 como uma gratificação pelo meu bom desempenho escolar. Como curiosidade, o 2600 foi lançado nos EUA em 1977, notem o atraso que a Reserva de Mercado causava!
Quantas tardes passei maravilhado com o Enduro, River Raid, Hero, Tênis, E.T. (sim, ele mesmo, eu curtia esse jogo pra caramba!). Sem falar que sempre haviam amigos que chegavam com uma caixa de sapatos cheia de cartuchos piratas.
O cartucho do jogo E.T., considerado por muitos como o pior jogo de todos os tempos. Eu discordo! |
Lá por 1990 começaram a chegar ao mercado os primeiros clones do Nintendinho 8 bits, tais como o Phantom System fabricado pela Gradiente. Porém foi outro console que mais me chamou a atenção: o Master System, muito devido ao ótimo marketing que a Tectoy fazia na época. Porém pude realizar o sonho de ter um apenas no início de 1992 e muitos dos seus jogos icônicos me divertiram muito, tais como o Alex Kidd In Miracle World (uma tentativa da Sega de concorrer com o Super Mario), Golden Axe, Phantasy Star (uma obra-prima de RPG), Sonic, Asterix e Super Mônaco GP.
Tenho este Master System desde 1992 |
No final de 1993 obtive um Mega Drive japonês oriundo do Paraguai por um principal motivo: jogar o Ayrton Senna´s Super Mônaco GP II (até havia uma versão para o Master, porém era uma porcaria). Esse jogo foi o que mais calejou os meus dedos até hoje! O seu modo de carreira era longo para a época e por isso o cartucho original (que custava o olho da cara e um rim) tinha uma bateria para salvar o progresso, o que não havia no pirata: neste, ao desligar o console tudo era perdido! 😱
Apenas recentemente que eu consegui matar a vontade de ter o cartucho original do Ayrton Senna´s Super Mônaco GP II |
Felizmente o catálogo do Mega Drive era recheado de clássicos, os quais me entretiveram brilhantemente: Streets Of Rage, Sonic, Joe Montana´s Football, Street Fighter II, Mortal Kombat, FIFA, Road Rash, OutRun. Para mim, sem dúvida a geração de 16 bits foi a era de ouro dos consoles.
Em 1995 chegou o primeiro PC da casa, um 486 DX4 de 100 MHz (que foi reconstruído na série de postagens Rebuild #1). Este PC inicialmente não era voltado para jogos, porém não tardou para eu começar a trocar disquetes com os amigos que continham clássicos como Doom, Doom II, Heretic, World Circuit, Indycar Racing, Wolfenstein 3D, Full Throttle, Warcraft II, quase todos compactados com o ARJ, lembram? 😄
Vários upgrades se sucederam no PC ao longo dos anos e assim abandonei os consoles definitivamente até 2010, quando comprei um Xbox 360 apenas para jogar o Beatles Rock Band e o UFC Undisputed, o meu primeiro console desde o Mega Drive.
Beatles Rock Band |
Xbox One X vs PS4 Pro
Sem dúvida o lançamento do Xbox One X agitou o mercado. Mas o que eu acho destes consoles bombados? Há sempre um lado bom e um ruim. Vou começar pelo ruim: estes lançamentos mostraram que os primeiros Xbox One e PS4 já nasceram bastante defasados, afinal de contas, produtos lançados em 2013 que “peidam” para rodar jogos em 1080p é para acabar, não acham?
O lado bom é que as versões bombadas não inutilizaram as anteriores, e ver empresas como a Microsoft e a Sony melhorando o hardware sempre é algo a se comemorar. Em termos de capacidade computacional, reduzir a distância dos consoles para os PCs favorece muito os jogos multiplataforma e é bom para todos: para quem joga nos consoles pela melhor qualidade, e para quem joga no PC pois os títulos portados dos videogames tendem a ser mais bem-feitos.
PS4 Pro |
E entre os dois, qual é a melhor compra? Primeiramente queria deixar claro uma coisa: na minha opinião, agora em pleno final de 2017, não vale mais a pena comprar os primeiros Xbox One e PS4 mesmo que você não tenha uma TV 4K, pois há melhoras também em 1080p – e jogar a 30 FPS é de matar! 😫
Xbox One X |
Conforme as especificações e os primeiros reviews, o Xbox One X conta com uma maior força bruta e gera uma melhor qualidade de imagem do que o PS4 Pro. Mas não apenas de gráficos vive o homem. O produto da Sony tem mais títulos exclusivos e o da Microsoft é mais multiplataforma, assim você deve comprar o console que tenha os jogos que você mais queira jogar. Simples assim.
PC vs Consoles
Esta resposta não é simples e depende de alguns cenários. E claro, lembro-vos novamente que trata-se apenas da minha opinião e na perspectiva de jogos somente.
O primeiro cenário é para quem tem um PC recente, como por exemplo, a partir de um Intel Core de segunda geração ou um AMD FX com uma placa de vídeo de duas ou três gerações atrás. Neste caso talvez seja melhor trocar apenas a placa de vídeo, que muito provavelmente será a opção mais barata e com um resultado muito bom, visto que o salto de performance das últimas arquiteturas da Nvidia e da AMD foi brutal.
O segundo cenário é para aqueles que tem um PC cuja configuração seja anterior à citada no parágrafo acima. Neste caso para melhorar o desempenho em jogos será necessário trocar vários componentes, tais como a placa-mãe, processador, RAM e placa de vídeo – pouco adianta, por exemplo, parear uma poderosa GeForce GTX 1080 com um modesto Core 2 Duo. Aqui o negócio é fazer as contas e ver qual opção será a melhor financeiramente, realizar um upgrade no PC ou comprar um console.
O terceiro é para aqueles que não tem um PC, ou que este seja inapelavelmente obsoleto (digamos, de uns dez anos ou mais) onde quase nada poderá ser aproveitado. Neste caso muito provavelmente será mais barato comprar um Xbox One X ou um PS4 Pro do que montar novo PC do zero com a mesma capacidade computacional dos consoles. Mas novamente, tem que colocar na ponta do lápis!
E sempre há o caso dos títulos que não saíram para PC e que você queira muito jogar… como eu, que comprei um Xbox 360 apenas por dois jogos. Neste caso, vá em frente sem medo de ser feliz e compre o console. Você trabalha duro para isto. 😉
Por fim, deixo uma dica aos interessados em comprar um Xbox One X: não comprem agora, esperem passar a insanidade consumista do Natal! Muito provavelmente no início do ano que vem os preços vão chegar na casa dos 3 mil temeres-picaretas, o que é um custo x benefício muito melhor. Comprar nos EUA e usar um serviço de redirecionamento de endereço também é uma opção.
De acordo.
ResponderExcluirSobre o Master System: eu prefiro as versões do Sonic para ele do que para o Mega Drive. Pode me chamar de louco, mas no Mega era tudo muito rápido. Gráfico e som sem dúvidas eram melhores, mas a cadência mais devagar no Master me agrada mais.
Ainda nos consoles antigos... neste momento estou jogando Super Metroid no RetroArch, agora que aprendi a usá-lo. Sem preocupação nenhuma com tempo, apenas lembrando dos macetes (havia esquecido vááários...), explorando as quebras de sequência -- e treinando wall jump. Que jogo fantástico.
Para mim o Sonic 2 do Master é um dos melhores da franquia. :-)
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