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Born Again, um clássico cult (Atualizado)

A insólita formação do Black Sabbath com Ian Gillan nos vocais durou apenas um disco. Mas que disco!



Tudo acertado no pub

Após os tempos de glória com Ozzy Osbourne nos anos 1970 e o renascimento com Ronnie James Dio no início da década seguinte, em 1983 o Black Sabbath estava novamente sem ninguém para segurar o microfone – Dio havia sido demitido no ano anterior após uma briga com Tony Iommi em torno da produção do disco ao vivo Live Evil.

Ian Gillan, considerado por muitos como um dos melhores vocalistas de hard rock e heavy metal de todos os tempos, por sua vez havia saído do Deep Purple em 1973 e a sua carreira solo alternava altos e baixos. Em uma pegadinha do destino, ele casualmente encontrou com Tony Iommi e Geezer Butler em um típico pub inglês e começaram a trocar umas ideias. Após muita cerveja e conversa jogada fora, Tony chamou Gillan para integrar o Black Sabbath, o que parecia bom para todos: para a banda que teria um exímia voz e para o vocalista, pois esta seria a chance de voltar ao mainstream do mercado musical. Gillan acabou topando.

Da esquerda para a direita: Ian Gillan, Geezer Butler e Tony Iommi

O vocalista conta que acordou no dia seguinte com uma baita ressaca sem lembrar-se de nada, e que quase caiu da cadeira quando o contrato para ser o vocalista do Black Sabbath chegou pelo correio dias depois. Puta que o pariu! Mas profissional como sempre foi, decidiu levar o projeto adiante e logo ele estava com a banda ensaiando as primeiras composições.

Geezer Butler, Ian Gillan, Bill Ward e Tony Iommi

Outra “velha novidade” da banda era o retorno de Bill Ward às baquetas. Com 3/4 da formação original do Sabbath e o Silver Voice nos vocais, nada poderia dar errado, certo? Certíssimo! O Born Again, na opinião deste que vos escreve, é um dos melhores álbuns de heavy de todos os tempos.


Porém algumas polêmicas marcaram este álbum. A primeira delas é a capa produzida pelo ilustrador Steve Joule, que não estava lá muito a fim de pegar o trampo. Segundo o mesmo conta, ele fez a coisa mais repugnante que lhe veio à cabeça (a partir da foto de um bebê tirada de uma revista médica) achando que a banda rejeitaria o trabalho na hora. Mas Tony Iommi adorou! 

Tenho este CD desde 1996

A segunda polêmica foi o som. Durante as gravações a caixa da guitarra de Iommi estava estourada (na hora ninguém percebeu) e a mesma saiu no disco com um som estridente, parecendo que vinha diretamente das profundezas do inferno! No fim acabou combinando perfeitamente com a atmosfera das composições. 😈


Gillan arrebenta na turnê

O palco da turnê do Born Again reproduzia Stonehenge e o setlist era uma mescla das músicas do disco com algumas clássicas da fase Ozzy, além de outras da era Dio. Bev Bevan, baterista do Electric Light Orchestra, assumiu as baquetas na turnê pois a saúde de Bill Ward desde aquela época já não era lá essas coisas.

Bev Bevan (esquerda) assumiu a bateria

Gillan simplesmente arrebentou na turnê, com uma virtuosa forma vocal que não mostrava desde a época do Deep Purple, e mandou muito bem até mesmo nas músicas das fases Ozzy e Dio. Muitos dizem que ele exigiu tanto das cordas vocais nesta turnê que depois a sua voz nunca mais foi a mesma.

Outro registro digno de nota desta turnê é que em alguns shows a banda tocou também a clássica Smoke On The Water do Purple, como uma forma de fazer uma gentileza a Gillan.


Infelizmente esta formação durou pouco: em 1984 Ritchie Blackmore decidiu reunir o Deep Purple para gravar o disco Perfect Strangers e lá foi Gillan ocupar o lugar que era seu de direito. O Born Again ganhou status de cult e até hoje é idolatrado em grande parte da Europa, Brasil e Japão, embora não tenha feito tanto sucesso nos EUA e na própria Inglaterra.

Finalizando, deixo com vocês o hilário clipe da mais icônica faixa do disco, a Trashed. Os outros destaques são a Disturbing The Priest, Zero The Hero, Hot Line, Digital Bitch e a faixa-título, uma linda balada.


A formação do Born Again é a seguinte:

Ian Gillan - vocais
Tony Iommi - guitarra
Geezer Butler - baixo
Bill Ward - bateria
Geoff Nicholls - teclado

Atualização de 09/02/2018: confira a performance de Gillan na clássica Paranoid:


Comentários

  1. Aí sim ein, mais um pouco já pode pleitear um financiamento com a lei rouanet.

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    1. hahahaahahhahahha

      Mas não, muito obrigado. Prefiro continuar com os meus cents de trumps do AdSense do que entrar nesta sujeira.

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  2. Born Again é um bom disco sim, apesar da crítica descer o sarrafo. Dane-se a crítica, o que importa é a MINHA OPINIÃO :D

    As melhores músicas são Trashed, Disturbing the Priest, The dark/Zero the hero, Faixa título e Keep it Warm.
    A única música que eu não vou com a cara é digital bitch... não agrega muito e poderia ser posta a música "The Fallen" (do Born Again unmixed tapes - bootleg).

    A propósito: a versão mais macabra da música Black Sabbath, na minha opinião foi cantada pelo Gillan:
    Repara como os agudos macabros casam bem com a música: :D

    ht tp s: // www. youtube. com/ watch ?v= CxnlgH5xtC8

    Quanto ao Gillan ter saído do Sabbath, bem, com o Deep Purple ele lançou Perfect Strangers, que também é um baita álbum.
    (Knocking at your backdoor, Under the Gun, Faixa titulo, Son of Alerik que o digam!)

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    1. Verdade! O Gillan arrebenta na Black Sabbath. Com o Dio ficou muito boa também, ambas bem melhores do que com o Ozzy.

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    2. É verdade que o Gillan e Dio arrebentaram... mas destronar albuns como Paranoid e Master of reality (meus favoritos da era Ozzy) é complicado, hein?! A máquina de riffs do Iommi trabalhou a todo vapor!

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    3. A primeira vez que ouvi Into The Void eu devo ter babado uns dois litros... rsrsrsr

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