Chegou a hora do Ryzen 7 2700X ser levado ao limite, além de também ser exaustivamente testado e comparado com o antecessor 1700. Confira!
Overclock
O funcionamento básico do 2700X já vimos na postagem sobre a sua montagem, bem como o seu unboxing, assim partiremos diretamente ao overclock. A minha meta é atingir o máximo da frequência possível em todos os núcleos com a tensão máxima de 1,4 V, sem a utilização dos recursos Precision Boost e XFR.
Foram dias intensos de testes na base da tentativa e erro, que me fizeram chegar à conclusão de que a barreira de estabilidade do meu exemplar do 2700X é de 4,22 GHz, frequência que ele atingiu com 1,368 V ajustado no Setup. O valor mostrado pelo CPU-Z é um pouco maior devido ao ajuste do Load Line Calibration:
Para vocês terem uma ideia, em 4,25 GHz (meros 25 MHz a mais, a frequência do meu Harris 286) o processador somente ficou estável com 1,412 V e em 4,3 GHz foram necessários nada menos do que 1,475 V, o que sem dúvida não vale a pena para uso diário. A estabilidade pôde ser verificada pelos próprios programas utilizados nos benchmarks, em especial o PCMark e o Handbrake: com estes, qualquer ajuste inadequado ocasionava erros (além de telas azuis da morte).
Quanto ao overclock da RAM, o que eu suspeitava na postagem anterior se confirmou: não consegui atingir nada a mais além dos 2800 MHz, devido aos meus módulos de 16 GB serem double rank (não existem módulos DDR4 desta capacidade que não sejam double rank). De qualquer modo, é um valor bem acima dos 2133 MHz informados pela AMD nesta configuração.
De qualquer modo, consegui atingir 225 MHz a mais com o 2700X utilizando uma tensão de alimentação menor do que o 1700 (a 4 GHz ele necessitava de 1,375 V). Sem dúvida houve um avanço na revisão Zen+, mas menor do que o esperado. Eu realmente tinha esperança de atingir 4,4 GHz com uma tensão aceitável, mas não deu. Em 4,22 GHz e 1,368 V as temperaturas máximas registradas durante os testes não ultrapassaram os 70 ºC.
Benchmarks
Para os resultados serão feitas as seguintes comparações:
- Ryzen 7 1700 stock, com o Precision Boost e o XFR ativados;
- Ryzen 7 1700 @ 4 GHz, o overclock máximo deste processador;
- Ryzen 7 2700X stock, com o Precision Boost e o XFR ativados;
- Ryzen 7 2700X @ 4 GHz, para uma comparação direta clock por clock;
- Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz, o overclock máximo deste processador.
Em todos os testes a RAM estava ajustada para 2800 MHz e o resto do sistema pode ser conferido na postagem anterior. Foram selecionados testes com forte dependência do processador.
PCMark 8 Creative
Os testes da suíte Creative simulam funções de edição de vídeos, fotos e áudio, jogos em DirectX 11 e o desempenho em scripts de páginas web. O teste completo toma cerca de uma hora e revelou-se um bom indicador de estabilidade.
Aqui a diferença entre o 2700X e o 1700 overclockado não chegou aos 3%:
Processador | Score | Variação |
Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz | 6686 | 0,46% |
Ryzen 7 2700X stock | 6655 | 2,12% |
Ryzen 7 2700X @ 4 GHz | 6514 | 1,06% |
Ryzen 7 1700 @ 4 GHz | 6445 | 9,05% |
Ryzen 7 1700 stock | 5862 |
3DMark Fire Strike Physics
O Fire Strike é um teste no DirectX 11 em 1080p, e o índice Physics mensura o desempenho do processador nos cálculos de física.
Novamente não há diferença notável.
Processador | Score | Variação |
Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz | 21281 | 2,35% |
Ryzen 7 2700X stock | 20780 | 0,92% |
Ryzen 7 2700X @ 4 GHz | 20589 | 1,43% |
Ryzen 7 1700 @ 4 GHz | 20294 | 17,33% |
Ryzen 7 1700 stock | 16778 |
3DMark Time Spy CPU
Apenas o 2700X overclockado teve algum ganho:
Processador | Score | Variação |
Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz | 9442 | 4,64% |
Ryzen 7 2700X stock | 9004 | 0,70% |
Ryzen 7 2700X @ 4 GHz | 8941 | 2,49% |
Ryzen 7 1700 @ 4 GHz | 8718 | 15,21% |
Ryzen 7 1700 stock | 7392 |
Cinebench R15 CPU
O Cinebench renderiza uma cena utilizando todas as threads disponíveis do processador.
Novamente aqui o overclock do 2700X fez alguma diferença:
Processador | Score (cb) | Variação |
Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz | 1879 | 5,91% |
Ryzen 7 2700X stock | 1768 | 0,40% |
Ryzen 7 2700X @ 4 GHz | 1761 | 2,95% |
Ryzen 7 1700 @ 4 GHz | 1709 | 17,44% |
Ryzen 7 1700 stock | 1411 |
Cinebench R15 CPU Single
Aqui a mesma cena é renderizada, porém utilizando apenas uma thread.
Processador | Score (cb) | Variação |
Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz | 175 | 1,14% |
Ryzen 7 2700X stock | 173 | 5,78% |
Ryzen 7 2700X @ 4 GHz | 163 | 1,84% |
Ryzen 7 1700 @ 4 GHz | 160 | 10,63% |
Ryzen 7 1700 stock | 143 |
CPU-Z
Aqui também todas as threads são utilizadas e o overclock do 2700X fez alguma diferença:
Processador | Score | Variação |
Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz | 5155,2 | 6,28% |
Ryzen 7 2700X stock | 4831,4 | 0,25% |
Ryzen 7 2700X @ 4 GHz | 4819,4 | 0,02% |
Ryzen 7 1700 @ 4 GHz | 4818,4 | 18,84% |
Ryzen 7 1700 stock | 3910,5 |
CPU-Z Single
O mesmo teste com uma única thread.
Processador | Score | Variação |
Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz | 473,7 | 1,29% |
Ryzen 7 2700X stock | 467,6 | 5,30% |
Ryzen 7 2700X @ 4 GHz | 442,8 | 0,05% |
Ryzen 7 1700 @ 4 GHz | 442,6 | 13,42% |
Ryzen 7 1700 stock | 383,2 |
Handbrake
Este encoder de vídeos também é um bom teste de estabilidade. Foi mensurado o tempo que cada processador levou para codificar o primeiro episódio da série Band Of Brothers (arquivo extraído diretamente do Blu-Ray sem qualquer compactação) utilizando o codec H.264 com o perfil Fast 1080p. Assim, quanto menor o valor, melhor.
O Handbrake usa de forma intensa cada thread do processador e aqui as melhorias da arquitetura Zen+ fizeram a diferença. Curiosamente, este é o tipo de uso que faço bastante no PC.
Processador | Tempo (min) | Variação |
Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz | 05:50 | -4,86% |
Ryzen 7 2700X @ 4 GHz | 06:07 | -1,09% |
Ryzen 7 2700X stock | 06:11 | -21,29% |
Ryzen 7 1700 @ 4 GHz | 07:30 | -8,44% |
Ryzen 7 1700 stock | 08:08 |
GTA V
Dentre os jogos escolhi o GTA V por ser um título ainda muito popular, ser fortemente dependente do processador e ter uma função de benchmark muito bem feita. Os testes foram executados no DirectX 11, em 1080p e com os ajustes gráficos definidos em “Normal” de modo a minimizar a inferência do subsistema de vídeo.
Aqui o processador Zen+ mostrou um ganho mensurável:
Processador | FPS médio | Variação |
Ryzen 7 2700X @ 4,22 GHz | 184,87 | 0,01% |
Ryzen 7 2700X stock | 184,86 | 0,18% |
Ryzen 7 2700X @ 4 GHz | 184,52 | 8,16% |
Ryzen 7 1700 @ 4 GHz | 169,46 | 2,56% |
Ryzen 7 1700 stock | 165,13 |
Conclusão
Sem dúvida um destaque dos testes foi o desempenho em stock do 2700X: neste processador, as tecnologias Precision Boost e XFR (mesmo não sendo as versões 2.0, visto que a minha placa é uma X370) foram capazes de extrair o mesmo nível de desempenho atingido com um overclock manual, sem a trabalheira de testar estabilidade e ajustar tensões. Desta forma, leigos que jamais fizeram um overclock conseguirão extrair o máximo de desempenho do processador mesmo deixando todos os ajustes em “Auto” no Setup da placa-mãe. Nesta situação, o cooler Wraith Prism que acompanha o processador é plenamente suficiente.
Quanto à diferença de desempenho entre as microarquiteturas Zen e Zen+, os testes mostraram o que era esperado: no geral a diferença é bem pouca, com maiores variações conforme a utilização. Assim, se você já tem um 1700/1700X/1800X não vale a pena partir para o 2700X, salvo se você conseguir vender o seu processador por um bom preço e/ou seja tarado por hardware como este que vos escreve. Já aos que tiverem um Ryzen de primeira geração de quatro ou seis núcleos, um upgrade para o 2700X traz benefícios bem mais mensuráveis.
O grande ponto positivo desta transição é a compatibilidade dos novos processadores com as placas-mãe AM4 de primeira geração (e vice-versa), necessitando apenas de um upgrade de firmware. Neste ponto a AMD merece os nossos aplausos, ainda mais se compararmos com a Intel que teve a capacidade de lançar duas gerações de processadores de soquetes com a mesma pinagem (1151) que são completamente incompatíveis entre si.
Entre o 2700 e o 2700X, a escolha depende de algumas preferências pessoais visto que a diferença de preço é bem pouca mesmo no Huezil. Aos que não quiserem fazer um overclock manual e não pretendem investir em uma solução de resfriamento melhor, a escolha pelo 2700X é bem mais óbvia pelo seu desempenho out of the box e pela inclusão do cooler Wraith Prism. Já aos adeptos do overclock manual e que tiverem um bom cooler (ou watercooler) pode fazer mais sentido optar pelo 2700 e economizar uns trocados. Quem utiliza um gabinete compacto também estará melhor servido com o 2700, dado a sua menor dissipação térmica (65 W X 105 W).
Enfim, com os Zen+ e a otimização do seu processo produtivo (com a ligeira redução da litografia para 12 nm) a AMD procurou melhorar o grande calcanhar-de-aquiles da primeira geração: a relativamente baixa frequência de operação, o que prejudica o desempenho em aplicações não otimizadas para mais de uma thread. Certamente houve alguma melhora (em torno dos 300 MHz), mas ainda não foi desta vez que os Ryzen adentraram o patamar dos respeitáveis 4,4~4,5 GHz, o que é uma pena. A redução das latências no acesso aos caches e à RAM também mostrou ganhos bastante discretos.
Parabéns para a AMD!
ResponderExcluirNão apenas pelos bons resultados dos processadores, mas tambem pela retrocompatibilidade em relação as placas mãe.
Sinceramente perdi a confiança na Intel.
Quando não havia concorrência a Intel podia se dar ao luxo de fazer isso. Agora não mais.
ExcluirO meu Ryzen 7 2700x chega a 4,7Ghz no automatico e a temperatura chega a 95 graus, isso tudo no automatico, não sei oque mais fazer pra resolver essa temperatura, uso water cooler e mesmo assim chega nessa temperatura, alguem sabe oque posso fazer? a tensao chega a 1,434v. Placa mae Aorus x470, ajudem plizz!
ResponderExcluir