Após a apresentação deste icônico processador mostrarei agora o mesmo funcionando acima da sua frequência padrão. Veja como ele se saiu!
Algumas considerações
Para fazer overclock no AMD K5 PR166 (que conforme vimos na primeira parte trabalha internamente a 116,7 MHz) há alguns fatores que devem ser levados em consideração. O primeiro deles é a sua já elevada tensão de alimentação de 3,52 V, acima do limite de muitas placas-mãe soquete 7, como a Asus P5S-B utilizada aqui que pode fornecer no máximo 3,50 V ao processador.
De qualquer modo, vale lembrar que desde o overclock com o Pentium clássico eu não mais altero a tensão de alimentação dos chips antigos de modo a mitigar riscos desnecessários, mas no caso do K5 mesmo se eu quisesse não havia mais para onde subir.
O segundo é quanto à arquitetura do K5, o principal limitador para frequências de operação mais elevadas. Como a arquitetura deste chip da AMD é bastante diferente daquela do Pentium clássico e do MMX (em certos aspectos é bem mais elegante), seria injusto esperarmos que o K5 atinja as mesmas frequências de operação dos modelos da Intel.
O overclock
Mas vamos à prática! Como o K5 utiliza internamente um multiplicador baixo de 1,75, decidi ir apenas elevando a frequência do barramento frontal para ver até onde o processador chegaria. O máximo que consegui foi 75 MHz, resultando em uma frequência interna do processador de cerca de 131 MHz. Qualquer coisa acima disto era tela preta.
Como o K5 oficialmente chegou no máximo a até 133 MHz (no modelo PR200), eu realmente não tinha muitas esperanças de ir além desta frequência.
Benchmarks
Continuando na metodologia que adotei no primeiro ensaio com o mesmo K5, mostrarei os resultados compilados em uma tabela e tecerei comentários nos testes que apresentaram destaques. Este modo me poupa um bocado de tempo, que tomava para fotografar e posteriormente editar as fotos, muitas delas com uma qualidade aquém de desejável tendo a vista a dificuldade de capturar imagens diretamente de tela do monitor.
O resto da configuração é o mostrado na série Rebuild #2, ou seja, além do K5 temos a placa-mãe Asus P5S-B, 64 MB de RAM, placa de vídeo 2D S3 ViRGE e 3D Voodoo2, com um disco rígido Quantum Fireball EX de 5,1 GB. Como sempre, use a página de benchmarks clássicos para ver as comparações entre todos os processadores já testados pelo blog. 😉
Eis os resultados:
Teste | K5 PR166 | K5 PR166 OC | Diferença |
Norton System Info 6.01 CPU (Score) | 463,6 | 520,4 | 10,91% |
Norton System Info 6.01 Disk (Score) | - | - | - |
Norton System Info 6.01 System (Score) | - | - | - |
3DBench 1.0 (FPS) | 11,1 | 25,0 | 55,60% |
3DBench 1.0c (FPS) | 110,4 | 123,9 | 10,90% |
SpeedSYS 4.78 CPU (Score) | 122,8 | 137,9 | 10,95% |
Chris´s 3D (Score) | 147,6 | 165,6 | 10,87% |
PC-Config 8.20 CPU (Score) | 27,0 | 30,6 | 11,76% |
Doom - Demo 2 – 320 X 240 (FPS) | 89,5 | 99,4 | 9,96% |
Doom II - Demo 2 – 320 X 240 (FPS) | 100,0 | 112,2 | 10,87% |
Super PI 1M (Segundos) | 1256 | 1113 | -12,85% |
Quake - Demo 2 – 320 X 240 (FPS) | 20,6 | 23,3 | 11,59% |
GLQuake - Demo 2 – 640 X 480 (FPS) | 23,7 | 25,5 | 7,06% |
3DMark 99 Max (Score) | 618 | 693 | 10,82% |
3DMark 99 Max CPU (Score) | 864 | 973 | 11,20% |
3DMark 2000 Pro (Score) | - | - | - |
Sandra 99 CPU (MIPS) | 354 | 398 | 11,06% |
Sandra 99 FPU (MFLOPS) | 64 | 72 | 11,11% |
Sandra 99 Memory Bandwidth (MB/s) | 69 | 78 | 11,54% |
Sandra 99 Drive Benchmark (Score) | - | - | - |
Quake II OpenGL - Demo 2 – 640 X 480 (FPS) | 16,6 | 18,7 | 11,23% |
Quake III OpenGL - Demo 2 – 640 X 480 (FPS) | - | - | - |
Unreal Tournament 99 - City intro – 640 X 480 (FPS) | - | - | - |
De um modo geral os ganhos com o overclock ficaram na casa dos 11%, um resultado condizente com o aumento da frequência. Com o K5 rodando a 131 MHz será interessante fazermos uma comparação direta com o Pentium de 133 MHz.
No SpeedSYS o K5 OC bateu o Pentium mesmo em OC (este em uma frequência bem superior, de 168 MHz), vencendo o Pentium “normal” em mais de 30%, enquanto que no Chris´s 3D ambos ficaram tecnicamente empatados. No PC-Config a vantagem do K5 OC foi de 8,50%.
No Doom e Doom II o K5 OC “chegou junto” do Pentium OC, enquanto que no Super PI empatou com o Pentium normal, tendência mantida na maioria dos testes. O problema foi nos softwares que usam mais intensivamente a unidade de ponto flutuante, tais como o Quake/GLQuake, Quake II e o Sandra 99 FPU, onde o K5 mesmo em OC ficou consideravelmente para trás. Nenhuma novidade aqui.
Enfim, este overclock trouxe ganhos nada desprezíveis ao K5 com um risco praticamente zero, desde que você tenha um bom cooler pois o bicho esquenta! E como a frequência do barramento frontal de 75 MHz é suportada por praticamente todas as placas-mãe soquete 7 (mesmo as que não são Super 7), sem dúvida foi uma forma fácil e de custo zero para melhorar a performance na época.
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