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Rebuild #4: God Of Thunder (Parte 1 – Apresentação dos componentes)

Depois de muita espera, finalmente está começando a quarta temporada da série Rebuild! Nesta temporada eu remontarei o melhor upgrade que já fiz em todos os tempos: o inesquecível AMD Athlon Thunderbird!


Enquanto que hoje em dia os upgrades são quase sempre meramente incrementais (com o lançamento do Ryzen isso mudou um pouco, mas ainda não se compara a antigamente), em outros tempos era possível obter notáveis saltos de performance nos upgrades. Realizado no final de 2001, o upgrade do K6-III de 400 MHz (mostrado no Rebuild #3) para o Athlon Thunderbird de 1,2 GHz foi o maior salto que já experimentei em uma troca de configuração, algo simplesmente monstruoso em qualquer aspecto. 

A maior diferença que eu notei foram nos jogos: o Athlon foi o primeiro processador da AMD que trouxe uma unidade de ponto flutuante (FPU) realmente parruda, no mesmo nível do Pentium III, e assim os problemas de desempenho causados pela fraca FPU do K6-III ficaram no passado. Também a plataforma soquete A era muito mais evoluída (com destaque para o barramento frontal com sinalização EV6, oriundo dos DEC Alpha) e bem construída, sem comparação com a super soquete 7.

Mas vamos à apresentação dos componentes!

Processador – AMD Athlon Thunderbird de 1200 MHz

Este é exatamente o processador que usei! Da lendária série AXIA (que tinha a fama de conseguir bons overclocks), possui as seguintes características técnicas:

  • Frequência do barramento frontal de 100 MHz DDR (é um modelo “B”);
  • 128 KB de cache L1 (64 KB de dados e 64 KB de instruções);
  • 256 KB de cache L2 on-die operando na mesma frequência do processador;
  • Litografia de 0,18 µm;
  • Conjunto de instruções MMX e 3DNow!.


Como já citado, este modelo utilizado o soquete A de 462 pinos:


Placa-mãe – Asus A7V133-C

A A7V133 foi o meu sonho de consumo na época, mas por restrições orçamentárias (ela havia sido recém lançada e era muito cara) acabei comprando uma Asus A7V-E que era bem mais barata, a qual se revelou uma das piores placas já feitas pela Asus – dentre outros problemas, ela tinha uma falha crônica de queimar as portas PS/2. Se arrependimento matasse....

Mas aqui, passados quase 18 anos, finalmente poderei matar a vontade de pilotar uma A7V133, cujas características técnicas são as seguintes:

  • Chipset Via KT133A (chip ponte norte Via VT8363A e ponte sul Via VT82C686B), com suporte ao barramento frontal de 100 e 133 MHz DDR;
  • Três soquetes para módulos de memória PC100 e PC133;
  • Slot AGP Pro 4X (veja aqui mais detalhes sobre este tipo de slot);
  • Cinco slots PCI de 32 bits e 33 MHz;
  • Um slot AMR (Audio Modem Riser), padrão que foi muito pouco usado;
  • Duas portas IDE UDMA5 (100 MB/s);
  • Uma porta para unidade de disquete.

O KT133A foi o segundo chipset da Via para o soquete A. O primeiro foi o KT133, cuja única diferença é que este não suporta o barramento frontal em 133 MHz DDR. Vale lembrar que na época do slot A (do Athlon "cartucho") a Via lançou o KX133, que ficou com a má reputação de não ser compatível com os Thunderbirds slot A.


Os conectores do painel traseiro, da esquerda para a direita: portas PS/2 para teclado e mouse, duas portas USB 1.1, duas portas seriais, uma paralela, três conectores de áudio analógico (no padrão AC97, que não será usado e assim está desativado) e um conector MIDI/joystick.


O circuito regulador de tensão na vertical é uma das marcas registradas da A7V133:


No lado das soldas o PCB tem uma cor dourado muito bonita. A única diferença entre a A7V133 e a A7V133-C é que a última não conta com uma controladora Promise IDE.


Placa de vídeo – Nvidia GeForce 4 MX440 AGP 4X (MSI)

Na época eu tive uma GeForce 2 MX400, mas o meu sonho era ter uma GF2 GTS ou Ultra que eram incrivelmente caras. Algum tempo depois eu consegui comprar esta GeForce 4 MX440 usada por um preço razoável. Foi um bom upgrade pois, em DirectX 7, a MX440 tem um desempenho equivalente à GF2 Ultra.


Esta placa conta com 64 MB DDR de VRAM, com largura de barramento de 128 bits e acessada a 400 MHz, com a GPU rodando a 270 MHz. Vale lembrar que as GPUs GF4 MX, ao contrário das GF4 Ti, não contam com o recurso Pixel Shader introduzido pelo DirectX 8.


Ainda tenho a caixa... 😎



Em tempo, a GeForce 2 MX400 ficará devidamente guardada para um futuro projeto. 😉

RAM – 256 MB PC133

Era a quantidade de memória que eu tive, sendo a mais comum na época.


Disco rígido – Quantum Fireball Plus AS de 60 GB

Este foi o primeiro disco IDE a contar com a rotação de 7200 RPM, tornando-se um clássico instantâneo! Eu nunca tive um Plus AS na época, porém lembro quando um amigo meu comprou um e eu fiquei babando com a diferença! 😛

A capacidade de 60 GB não era comum pelo preço, porém este foi o único Plus AS que consegui achar ainda funcionando.


O Plus AS conta com 2 MB de cache e interface UDMA5 (100 MB/s), simplesmente topo de linha para a época - eu tinha um Quantum lct20 de 20 GB, uma unidade de baixo custo com rotação de ridículos 4500 RPM e míseros 128 KB de cache. Uma porcaria, mas era o que eu tinha para o momento.


Placa de som – Creative Sound Blaster PCI 128

Foi um modelo popular da Creative na época, mas mesmo assim é infinitamente melhor do que o áudio on-board AC97. Esta placa é exatamente a que eu usei.


Placa de rede – Genérica 10/100 Mbps PCI

Baseada no popular chip Realtek 8139D.


Cooler – Thermaltake Volcano 6cu

Este é um clássico, considerado um dos melhores coolers para o Athlon com um preço proporcional à sua fama, tanto que tive que me virar com coolers genéricos.


A sua ventoinha roda a 4900 RPM.


A interface que fica em contato com o die do processador é de cobre, o que explica o uso do sufixo “cu”.


Unidade óptica - Creative 52X mx

Muito comum no período, juntamente com as unidades LG 52X. Eu tinha o Creative 48X, que veio da configuração com o K6-III.


Esta unidade foi fabricada em março de 2001. Período correto!


Fonte de alimentação – Thermaltake W0009 de 420 W

Este foi o item pelo qual eu não economizei na época, pois não queria correr o risco de danificar o meu conjunto com o lindo Athlon (que exige muito mais da fonte do que o K6-III) comprado com o meu dinheiro suado, usando uma fonte vagabunda genérica.

Assim tenho este Thermaltake desde zero. Por ser uma fonte ATX 1.X, note a distribuição de corrente em ampères: há muito mais disponível para a linha de 5 V, pois as placas-mãe usavam a mesma para alimentar o processador (hoje as placas usam a linha de 12 V). Esta fonte será o meu coringa para montar sistemas antigos que tenham alta demanda na linha de 5 V.


Sistemas operacionais – Windows 2000 Professional SP4 e Windows 98 SE

Exatamente a mesma combinação que eu usava na época. A robustez do Windows 2000 (na minha opinião o melhor Windows já feito) em conjunto com a compatibilidade do Windows 98 SE para jogos e afins. Não havia como dar errado.



Na próxima parte mostrarei a montagem e algumas curiosidades da seleção de peças. Até!

Comentários

  1. Rapaz, que conjunto, hein? Um Athlon, o matador de Pentiums, uma Geforce 4 MX, baita custo-benefício e rainha das lan house, rodava tudo no talo (ou seja, 1024x768 :D), uma Sound Blaster pra dar aquela tunada no som, placa Asus cheia de slots PCI, 256 MB de RAM pra não se apertar em nenhum jogo e jogar bem até no XP e tá feito o kit PC Gamer do início dos anos 2000.
    Isso me lembrou quando ajudei um conhecido a montar um PC novo. Depois de passar por algumas lojas de informática ele acabou comprando um PC bem parecido com esse aí, só trocando o processador por um Athlon XP 2000+, e o vídeo por uma Riva TNT2 M64, que apesar de ser bem inferior as MX fez ele feliz por um bom tempo e os famosos combo drive. Ele queria muito comprar um computador massa pra poder jogar Sacrifice, que tinha sido lançado no final do ano 2000 e ele tinha comprado, mas não tinha onde jogar. Bons tempos.

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    Respostas
    1. Logo que comprei o Athlon eu também usei ele com uma TNT2 M64 que eu tinha no K6-III, até que não era ruim! Logo em seguida comprei a GF2 MX400, e pouco mais de um ano depois um maluco no fórum HardMob apareceu vendendo essa GF4 MX440 por um preço bem camarada (ele estava se livrando dela pois queria pegar uma Radeon 9700, se não me engano).

      O preço estava tão bom que arrematei a plaquinha. Outros tempos! Em um mundo sem Ebay, Mercado Livre e afins, os fóruns eram o melhor lugar para comprar hardware usado.

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