No Brasil nós nunca podemos afirmar que o fundo do poço chegou. Pois sempre há um buraco mais embaixo.
A primeira crise do governo Bolsonaro aconteceu antes mesmo dele começar: a denúncia do envolvimento do Flávio com o sumido Queiroz na famigerada “rachadinha”.
Desde então, foram crises atrás de crises, todas elas causadas pelo próprio Bolsonaro, por declarações e ações impensadas. E o comprometimento do seu governo para proteger o corrupto filho, como a sabotagem da CPI da Lava Toga e a sanção do juiz de garantias.
Apesar das infindáveis crises a esperança residia na sua equipe, inegavelmente competente. O comando de Paulo Guedes e a reforma da previdência faziam a economia dar sinais de recuperação, após os anos difíceis dos governos Dilma e Temer. O pacote anticrime do Sérgio Moro poderia ser um marco no combate à corrupção, mas a total falta de articulação do governo o comprometeu irremediavelmente.
Nas eleições de 2018 Bolsonaro obteve uma bancada que lhe permitiria governar, pura e simplesmente. Mas ele conseguiu ruir toda essa base de apoio e implodir o próprio partido que o elegeu: aqueles que divergiam de simples opiniões eram automaticamente transformados em traidores. Agora só resta a ele o “centrão” e a deplorável troca de cargos e vantagens por apoio político, a nefasta “governabilidade”, algo que ele jurou que jamais faria no seu governo e que foi um dos pilares da sua eleição, ao lado do combate à corrupção.
Veio a pandemia e o total descontrole mostrado pelo presidente, que parece ignorar os milhares de mortos e que o sistema de saúde pública está no limite, como alertava o seu ex-ministro. Se já não bastasse o terrível cenário, Bolsonaro ainda cometeu a irresponsabilidade de trocar de ministro da saúde no meio da maior crise da história contemporânea.
A saída de Sérgio Moro, pelos graves motivos que ele apontou, foi a gota d’água. Como pode alguém que se elegeu com a bandeira da moralidade querer interferir na Polícia Federal desse jeito, unicamente para salvar a pele dos filhos? É um ato ilegal e imoral!
O show dos horrores continuou com o seu discurso ensandecido, vacilante e chulo, algo que nem a Dilma foi capaz de produzir. Imagina um investidor estrangeiro vendo isso? Não é à toa que o dólar disparou! Outro aspecto foi que o evento contrariou todas as recomendações de afastamento social em meio à pandemia (apenas o Guedes estava de máscara), mais uma irresponsabilidade tremenda que nunca poderia ser feita por um presidente.
Não estou arrependido de ter votado no Bolsonaro em 2018, tendo em vista o seu adversário: era tentar o novo contra a certeza da continuidade das péssimas administrações anteriores. Estou, sim, completamente decepcionado e não há mais como apoiar este governo. Que Deus nos ajude e que Mourão ao menos termine o mandato de forma digna.
Por fim, deixo dois pontos para reflexão:
Por fim, deixo dois pontos para reflexão:
- O #FechadosComBolsonaro é igual ao #LulaLivre.
- Nada de #Moro2022. Não substitua uma idolatria por outra.
Bom, não foi por falta de aviso. Haviam outros candidatos, mas foi interessante ver o empresariado apoiando em massa um desqualificado do baixo clero. Eu acho que poderia ter sido diferente, e espero q seja em 2022. Espero q ninguém venda novamente a alma ao diabo em troca de recompensa duvidosa.
ResponderExcluirPois é. Mas até 2022 tem muito tempo ainda, nos resta torcer para que Mourão assuma antes do fim do mandato. Apesar de limitado, ele ao menos demonstra ser mais equilibrado e conciliador.
ExcluirBicho, que decepção, realmente. Não votei nesses eleições por estar fora do meu domicílio eleitoral, mas se tivesse votado seria em Bolsonaro, acreditei no conto da carochinha. Verdade seja dita, desde o começo, com o caso Queiroz, e depois passando por COAF, pacote anti-crimes, juiz de garantias e agora novamente COAF, Bolsonaro foi demolindo habilmente suas bases, e para o fim mais mesquinho e nojento possível: defender os filhos bandidos e a si mesmo. Moro deveria ter saído bem antes, jamais ter engolido esses sapos, mas entendo que ele talvez ele quisesse deixar ao menos algo concreto em relação ao combate a bandidagem. E concordo, nada de #Fulaninho2022, a partir de agora é ceticismo a 120% com todos. Espero que o povo tenha aprendido essa lição.
ResponderExcluirEm 2018 demos a Bolsonaro a segunda maior bancada além do amplo apoio popular. Ele em pouco mais de um ano conseguiu destruir tudo!
ExcluirO cara só precisava simplesmente governar e deixar a articulação política com quem entende, e não com os três patetas dos filhos dele. Ele teria conseguido aprovar os principais projetos sem nenhuma dificuldade, mas agora precisa se unir com o centrão que são piores do que os esquerdistas. Dá vontade de vomitar!
Estou também estou muito decepcionado. Pensei que esse ano iria bombar... :'(
ResponderExcluirPrimeiro governo realmente de direita no Brasil afundou. Não tenho mais esperança para esse país maldito. A única saída que vejo é o aeroporto internacional.
Muito triste!
Em um ano, nada menos do que cinco colegas de trabalho meus foram para o exterior. O último que sair que apague a luz.
ExcluirÉ Michael, fica até difícil saber o que dizer, mas voce colocou muito bem o que está acontecendo.
ResponderExcluirO mundo tá vendo isso como uma aberração. Um país único em que tudo é feito ao contrário.
Enquanto o mundo leva a sério a pandemia, o próprio presidente bolsonaro não se importa.
Aqui o presidente Trump conversou com o governador da Florida sobre o que ele achava de suspender todos os voos do e para o Brasil. Aqui nos Estados Unidos está se lutando muito pelo controle da pandemia, e teme-se que o Brasil volte a espalhar a doença novamente.
Suspeita-se que o Brasil tenha doze vezes mais casos do que é anunciado, e com a chegada do inverno, poderá se tornar o epicentro da pandemia (em algumas semanas).
E nesse meio tempo, os fanáticos e lunáticos apoiadores do bolsonaro (tal como os petistas), distantes da realidade que está debaixo do nariz, podem por tudo a perder.
Esquecem-se que politico e governante não deve ser idolatrado, mas sim cobrado, pois eles ganham muito bem para fazer seu trabalho. São empregados do povo!
Também fiquei impressionado de como estão crucificando o Moro!
O maior desejo da minha vida seria tirar toda a minha familia e amigos desse titanic chamado Brasil.
Pois é. O Trump sabe ouvir a sua equipe, o Bolsonaro não.
ExcluirExcelente reflexão! Felizmente não estou sozinho em pensar que o bolsonaro traiu seus eleitores, o que resta de apoio a ele nessa altura são somente a militância radical que se recusa a ver a verdade por mais absoluta que ela seja. Quanto ao moro 2022 penso o mesmo, está na hora do brasileiro pensar nele e deixar ter ter político como popstar.
ResponderExcluirOutro estelionato eleitoral. Infelizmente.
ExcluirPara mim não é surpresa o que está acontecendo! O sujeito foi um deputado medíocre do "baixo clero" que sempre se apoiou em polêmicas (criadas por ele mesmo) para aparecer na mídia. Nunca conseguiu aprovar um projeto relevante sequer e era óbvio que um indivíduo tosco como ele não seria um bom Presidente. Ao menos não tenho consciência pesada por ter votado em tal tipo deprimente, pois não votei nele nem no Haddad!
ResponderExcluirEu votei nele pois o considerava o "menos pior". Mas não usarei mais deste expediente em nenhuma outra eleição.
ExcluirOlha Michael, eu entendo a "onda anti-PT" que existia entre as pessoas até porque eu mesmo não queria que o PT ganhasse as eleições depois de 15 anos de governo, eu achava que o país precisava de uma alternância de poder e era a vez da direita política assumir a Presidência e votei no Alckimin mas, no segundo turno, por falta de opção, votei no Haddad porque, pelo histórico do Bolsonaro, a sua visível incapacidade de assumir responsabilidades e pelas ideias que ele defendia eu acho que nada justificava votar nele, entre o Bolsonaro AI-5 e Haddad PT preferi o PT porque, pelo menos, depois com o Haddad eu tinha certeza que haveria uma garantia de ter eleições e poder votar em outra pessoa de novo, já com o Bolsonaro nem isso é garantido tanto que, se ele perdesse, já ia causar problema porque duvidada até da lisura do pleito eleitoral.
ResponderExcluirEntendo o seu ponto de vista. De fato, era uma escolha difícil no segundo turno. Abraço!
ExcluirVotei no João Amoedo no primeiro turno por acreditar que ele seria a melhor opção para governar o país. Mas no segundo turno tive que votar no Bolsonaro. Era ele ou o PT com seu histórico de péssima administração e corrupção, além da relação com Foro de São Paulo (Cuba, Venezuela, enfim, socialismo). Concordo com teu argumento, Michael Rigo.
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