Prosseguindo com a análise da carreira solo do Tony Iommi travestida de Black Sabbath, abordarei os seus dois últimos lançamentos.
A cruz sem cabeça
Embora não oficialmente, em 1984 o Black Sabbath deixou de existir depois da saída do baixista Geezer Butler devido à grande instabilidade na banda. Único membro original restante, o guitarrista Tony Iommi resolveu partir para projetos solo, mas a gravadora não gostou da ideia e impôs o uso do lendário nome Black Sabbath.
Desta forma, em uma carreira solo travestida de Sabbath, Iommi lançou em 1986 o disco Seventh Star e no ano seguinte o The Eternal Idol, dois discos que flertavam bastante com o chamado “hard rock farofa” que reinava no período.
Para o próximo passo Iommi decidiu manter o tecladista Geoff Nicholls e o vocalista Tony Martin que gravaram o The Eternal Idol, mas reformulou o restante do grupo com a entrada do exímio batera britânico Cozy Powell. No baixo ficou Laurence Cottle (oriundo da banda do Ozzy), que na turnê foi substituído por Neil Murray.
Da esquerda para a direita: Tony Iommi, Cozy Powell, Tony Martin e Neil Murray |
O disco Headless Cross foi lançado em 1989 e marca uma guinada no som em relação aos dois trabalhos anteriores, com uma pegada um pouco mais voltada ao heavy metal (muito por influência do Cozy Powell), embora ainda bastante distante do Sabbath clássico.
Um dos destaques deste trabalho é a faixa-título:
A faixa When Death Calls contou com a participação do lendário guitarrista do Queen, Brian May:
Com ótimas composições, na minha opinião este disco é o melhor da carreira solo do Iommi, apesar dos estridentes vocais e irritantes gritos do Tony Martin. Ele é um cara gente boa e esforçado, mas que simplesmente não estava a altura do desafio (de forma muito parecida com o Blaze Bayley).
Se este trabalho contasse com o Dio seria quase tão adorado quanto os clássicos Heaven And Hell e Mob Rules.
O filho de Odin
O próximo trabalho manteve a mesma formação (com Neil Murray no baixo) e estilo do antecessor. Lançado em 1990, o disco Tyr (na mitologia nórdica Tyr é filho de Odin) manteve a mesma pegada do Headless Cross, trazendo um som mais voltado para o heavy metal, embora também distante do Sabbath clássico.
O disco traz algumas boas composições como Anno Mundi e The Sabbath Stones, mas no geral fica atrás do antecessor.
Este foi o último trampo do “projeto solo sabbathiano” do Tony Iommi, pois em 1992 o Black Sabbath voltaria detonando com o disco Dehumanizer, marcando os retornos dos monstros Dio e Geezer Butler.
Até a próxima!
Headless cross pra mim é o melhor álbum do Sabbath com o Tony Martin, juntamente com o Cross Purposes. Headless Cross é um álbum com pegada de Hard Rock oitentista, com letras de temática obscuras, com teclado, guitarra e vocal AOR (daí os vocais estridentes e gritos, Michael kkk) se destacando. As melhores músicas deste álbum são: Headless Cross (linha de baixo de Heaven and Hell kk), When Death Calls e Nightwing (achei pecado tu não teres falado dela kk).
ResponderExcluirTYR mantém a mesma pegada do Headless Cross, só que vagamente baseado na mitologia nórdica (nas músicas The battle of TYR/Odin's court/Vahalla). Anno Mundi é destaque logo de cara "Spiritu santus, anno anno mundi....", juntamente com The Sabbath Stones que alterna momentos rápidos e lentos.
Interessante notar que nos dois álbuns a bateria do Cozy Powell tem destaque na mixagem, mas o baixo fica meio apagado (ao invés de ter destaque, como era na época do Geezer Butler). Os dois são dois álbuns ótimos de Hard Rock oitentista/AOR (Headless Cross é melhor que TYR), que merecem ser ouvidos sem preconceitos. A melhor coisa da fase Tony Martin é que nos shows eram tocadas músicas de todas as eras. O problema é que ao vivo, especialmente pelos anos de 1994 a 1996 (Turnê do Cross Purposes e Forbidden), os agudos dele quase sumiram.
Rapaz, ouvindo a Headless Cross com mais calma realmente dá para ver que a linha de baixo é praticamente idêntica à do Heaven And Hell!
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