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RetroTeste – A batalha dos AMD K6-2

Com presença marcante no segmento de baixo custo, os processadores K6-2 foram um sucesso de vendas que a AMD não atingia desde o tempo do 386 DX de 40 MHz. Aqui foram avaliados os modelos de 350, 400, 500 e o exótico de 533 MHz.


Diferentemente do tédio atual, na década de 1990 o mercado de chips x86 era bastante disputado dentre diversos fabricantes. Um deles era a NexGen, que produzia os processadores Nx586 e foi adquirida pela AMD em 1996. 

Nesta época a AMD estava em busca de um sucessor viável para o K5 (que foi o seu primeiro projeto inteiramente próprio, vale lembrar), enquanto que a NexGen tinha no forno o projeto do que seria o processador Nx686, o qual acabou sendo a base para toda a família de chips K6.

Lançado em 1998, o K6-2 foi uma evolução do K6 original. Ele trazia refinamentos para atingir frequências mais elevadas, litografia reduzida de 350 para 250 nm e o conjunto de instruções 3DNow!, que a grosso modo era uma versão ampliada do MMX (que só manipulava inteiros) para operações de ponto flutuante. Assim como o MMX, era necessário que as aplicações fossem recompiladas para fazer uso das instruções 3DNow!, que teve pouca aceitação no mercado.

Outro avanço trazido pelos K6-2 foi a plataforma super soquete 7, uma evolução da veterana soquete 7 com a adição da frequência do barramento frontal de 100 MHz e do barramento AGP. Este padrão foi criado por um consórcio composto pela AMD e vários fabricantes de chipsets, tais como a Via, Ali e SiS, motivado pelo fato da plataforma slot 1 ser exclusiva para chips Intel.

As principais características dos processadores avaliados aqui são as seguintes:
  • Plataforma super soquete 7;
  • Cache L1 de 64 KB (metade dados e metade instruções);
  • Litografia de 250 nm;
  • Tensão de alimentação de 2,2 V.


O exótico modelo de 533 MHz

Na minha coleção de K6-2 há um exemplar de 533 MHz, que usa o multiplicador de 5,5 em conjunto com a incomum frequência do barramento frontal de 97 MHz. Como a Asus P5A (a placa super soquete 7 de testes – confira aqui todos os componentes usados) não possui esta opção de frequência, ele foi configurado para operar em 550 MHz com o barramento frontal em 100 MHz.


Os testes

A partir do modelo de 500 MHz houveram problemas de compatibilidade com o Norton System Info e com o 3DBench. Assim tais softwares não foram incluídos no comparativo.

Pau no NSI

O 3DBench apresentou sempre o mesmo resultado

Como era esperado os resultados escalaram conforme o aumento da frequência:


Em relação ao Pentium II e Celeron (veja aqui os resultados de todos os processadores já testados) os K6-2 mostraram o que sempre foi notório: um fortíssimo desempenho em inteiros, mas nos testes que envolvem ponto flutuante a fraqueza da sua unidade aritmética ficou evidente.

Para tarefas de uso geral os K6-2 eram excelentes, mas em softwares dependentes de operações de ponto flutuante (tais como jogos e softwares CAD) ele não era a melhor escolha – para jogos na época era bem melhor pegar um Celeron 300A e “transformá-lo” em um modelo de 450 MHz, sem falar que a implementação do barramento AGP na plataforma slot 1 era bem mais robusta do que na super soquete 7.

Até a próxima!

Comentários

  1. Muito obrigado! Excelente post! Me trouxe um sentimento nostálgico do meu primeiro PC, um K6-II 500mhz. Saudade dessa época de transportar meus arquivos em disquetes de amigos pra minha casa e vice-versa, era sofrido mas era bom. Hoje, claro, é muito melhor, porém o fator "tempo livre" é o maior obstáculo. Grande abraço!

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    1. Sem dúvida. Eu quero montar um PC gamer vintage "oficial" para os jogos antigos, mas tempo que é bom nóis num have.

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  2. Super nostálgico este post! O K6-2 na época foi um bom processador sim, ainda que com FPU fraca. Muitos jogos que pedem um Pentium 2 para rodar ficam numa lerdeza desgraçada no K6-2, devido à sua FPU muito mais fraca.

    Os testes do Philscomputer Lab e do Laércio de Vasconcelos apontam para o fato de que o K6-2 de 500Mhz não é tão mais rápido quanto o que o clock sugere em relação ao K6-2 de 300/400Mhz. A razão para isso é que o próprio cache L2 (localizado na placa-mãe) gargalava mais o desempenho à medida que o K6-2 aumentava de clock. Mesmo fazendo overclock num K6-2 para 600Mhz, o cache continua rodando à mesma velocidade do FSB (66, 75, 100Mhz), muito inferior ao clock do processador.

    Eu mesmo tenho dois K6-2. Um espetado numa PCChips VX-PRO, que não o suporta oficialmente (mas o Windows detecta o processador sem problema), então sem problemas. E com voltagem de 2.5v (o mínimo que a placa mãe suporta) rodando a 262.5Mhz e 64MB de memória EDO e HD de 4.3GB, placa de vídeo Rendition V2200. O outro é K6-2+ rodando a 550Mhz (com 128KB de cache L2), 256MB de memória PC133 e HD de 15GB, placa de vídeo Geforce MX4000.

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    1. O maior problema dos K6 é a FPU, sem dúvida. Até hoje lembro a dureza que era rodar o UT99 no meu K6-III 400... a AMD só corrigiu isso com o Athlon.

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    2. Sim, com certeza! Meu K6-2+ 550Mhz também sofre com o Unreal Tournament 99... pobre FPU do K6 haha

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  3. Outra coisa: E como esquecer a maldita placa mãe PCCHips M598LMR da época dos K6-2?? Ela era baseada no SIS 530 e a qualidade de construção era terrível. Problemas como não reconhecer pente de memória (ou reconhecer pela metade ou, pior, 1/4 do tamanho do pente), instabilidades de toda a sorte, tela azul, pau no Windows "do nada", baixo desempenho, enfim. Além dos problemas citados, ainda tinham placas mãe M598 SEM OS CHIPS DE CACHE L2, que como sabemos REDUZ AINDA MAIS A PERFORMANCE DA MÁQUINA. Já não bastava a PCchips na época dos 486 a vir com Cache de plástico (ou seja, falso), agora mais essa sacanagem. E pra quem queria colocar uma placa de vídeo, sinto informar, mas essa placa mãe não tinha slot AGP, ou seja, placa de vídeo dedicada só no slot PCI. E por último: muitas dessas placas não rodavam estavelmente a 100Mhz de FSB: embora informando que ela estava a 100Mhz no FSB, ela operava a 95Mhz, 90Mhz, as vezes menos, obviamente penalizando ainda mais o desempenho da máquina.

    A configuração comum era Pcchips M598, 32MB de memória RAM (com alguns MB de memória desviados para o vídeo onboard) e uns 4 ou 5GB de HD, máquinas de baixo custo que foram sendo vendidas por algum tempo lá no final dos anos 90 e início dos 2000.

    Quanto a "parceria" Pcchips e Chipsets SIS e VIA: essa aí durou até 2007/2008 e essas duas marcas simplesmente não lançaram chipsets novos desde então.

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    1. Tirando o fato de não oferecer o AGP até que o SiS 530 não era ruim, o problema mesmo era a construção da PC-Chips. Por exemplo, na Asus P5S ele era bem razoável.

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    2. Sim, exatamente. O problema não era exatamente o chipset e sim a qualidade de construção das mal faladas PCChips... mesmo na era dos Durons ainda tinha as placas madrasta da PCCheetos... M810, alguém lembra? haha

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    3. A M598LMR destruiu a reputação do K6-2 nesta terra... 😭

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    4. Verdade. Para mim o mais estável chipset super soquete 7 é o ALi Aladdin V, que funciona bem e tem a melhor implementação do AGP feita na plataforma. Mas comparativamente foram poucos os K6-2/III que tiveram a sorte de serem colocados em placas com este chipset. Os Via MVP3 e 4 também eram razoáveis, embora tivessem alguns problemas de compatibilidade no AGP.

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    5. Sim, eu mesmo tenho problemas com a placa de vídeo agp na minha Shutle 591P (Chipset VIA MVP3)... não consigo rodar jogos em DirectX (dá tela AZUL!), já tentei placaS de vídeo Geforce 2MX e uma MX4000 e dá no mesmo.

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  4. Tive um desses com Placa PcChips e vídeo onboard SiS, HD de 10GB e rodando Windows 98 SE! Apesar da configuração final do PC ter sido de128 MB de RAM (lá para 2006 fiz o upgrade e o aposentei em 2010) realmente o desempenho não era dos melhores. Eu o usava mais para tarefas de textos/planilhas e ouvir MP3! O PC que usava para jogos (a partir de 2001) foi meu Compaq Presario 5000!

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    1. Para tarefas de produtividade os K6 eram muito bons, sem dúvida.

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  5. Desculpe de novo por ficar pedindo ajuda com a minha placa pc chips, mas eu estou tentando fazer o backup do hd pra instalar o Windows 98, mas com usb 1.1, a tarefa fica insuportável, estou tentando passar o hd ide pra outro pc pra conseguir fazer a cópia, mas o conector ide não sai de jeito nenhum, já puxei o cabo, já tentei pegar pela parte de plástico, que é muito fina que não consigo pegar com as mãos, alguém tem uma dica útil pra tirar cabos ide da placa mãe? O outro pc que eu vou botar não tem cabo ide, mas tem uma porta ide, entao vou ter que usar o mesmo cabo da outra placa mãe

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    1. O negócio é ir soltando devagar pelas pontas do conector. Alguns cabos IDE tinham uma espécie de trava nas laterais, veja se não é o caso.

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  6. E foi aí que nasceu a concorrência pesada na categoria baixo custo, foi aí que a Intel, ameaçada, teve que abrir mão das suas margens infinitas de lucro e criou o Celeron, foi aí que os PCs começaram a cair vertiginosamente de preço, também foi aí que a era dos clones definitivamente se encerra, basta um projeto próprio bem feito que consegue fazer frente a toda poderosa Intel sem precisar usar 1 byte de código dela. Bons tempos!

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    1. A AMD e a Cyrix tiveram que sair da sombra da Intel até mesmo por questões legais: quem tentasse clonar um Pentium tomava um processinho de alguns bilhões de doletas na lata.

      Até o 486 a justiça americana considerava que os contratos de licenciamento feitos pela Intel ainda eram válidos - tanto que a AMD venceu uma ação movida pela Intel nesse mérito.

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    2. Agradeço de joelhos a AMD ter conseguido sucesso com os K6, seria um desastre se não tivesse dado certo e a AMD tivesse ido a falência, com a Intel como a única fabricante de chips x86, acho que os Celeron não teria existido, e talvez estivéssemos pagando 4 digitos de dólar por um 2/4

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    3. Li um artigo esses dias falando dos clones, um deles falava que, por causa dos clones, ela foi obrigada a fazer um corte de preços nos caros chips 486 em 1991, pra tentar matar os 386, o processador mais clonado da época e a AMD ganhando terreno com ele, deu até certo, pois a AMD não conseguiu fazer um Clone do 486 a tempo dos cortes de preços da Intel, além do chip 486 da AMD apresentar problemas, demoraram pra acertar, só quando a Intel estava com o Pentium no mercado é que os clones do 486 brilharam, competindo a foice no baixo custo aproveitando da decisão da justiça em permitir eles existirem.
      Lembrando que o último chip 486 a sair da fábrica foi em 1998, ano do nascimento do Celeron

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    4. Nem para a própria Intel seria bom que a AMD quebrasse... pois tem as leis antitruste tanto dos EUA quanto da UE.

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  7. "Diferentemente do tédio atual, na década de 1990 o mercado de chips x86 era bastante disputado dentre diversos fabricantes"

    Em breve voltaremos a ver essa grande disputa, dessa vez com os chips ARM nos PCs, que sem precisar licença pra produzir, não vejo a hora!

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    1. Na verdade precisa de licença sim, da ARM. Ao contrário da Intel, o modelo de negócios da ARM baseia-se na venda de licenças... é muito mais fácil conseguir uma...

      https://www.anandtech.com/show/7112/the-arm-diaries-part-1-how-arms-business-model-works

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    2. Sim, sim, expressei mal, o sistema de licenças da ARM é semelhante ao do Videocassete (JVC), isso fez com que o sistema fosse longevo o bastante, sem amarras de uma única empresa, diferente da x86, que que depende da única boa vontade da Intel em liberar, é acho que ela não tem intenção nenhuma que exista mais uma fabricante x86 licenciada né.
      Por isso que o futuro da arquitetura ARM virar padrão será simplesmente uma mudança jamais vista, pois qualquer empresa poderá fazer seu processador desde que compre a licença, não existe motivos pra negar licença, acho que teremos surpresa no futuro.

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  8. Assim que puder comprarei esse kit

    MB + K6-2 450 + 64MB por $23 no Paraguai

    http://icompy.com/placa-mae/201884-mbcpu-amd-k6-450-sis-530-s-vcpuvent-64mb.html

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