O K6-III foi o primeiro processador da AMD a ter o cache L2 integrado no die do chip principal e acessado na mesma frequência, e também foi o primeiro chip x86 a contar com três níveis de cache. Confira a sua análise!
O ano de 1999 foi bastante agitado para a AMD. Enquanto finalizava os últimos detalhes do que seria o revolucionário Athlon, a empresa também encontrou tempo para lançar a derradeira atualização da microarquitetura K6, aquela mesma que era oriunda do Nx686 da antiga NexGen.
E que atualização! Foi acrescentado nada menos do que 256 KB (uma quantia MUITO respeitável na época) de cache L2 full speed, o dobro do Celeron Mendocino. Mas não é só isso: como as placas-mãe super soquete 7 também continham cache, este era mapeado como L3 pelo K6-III que tornou-se assim o primeiro chip x86 a contar com três níveis de cache, um recurso hoje onipresente.
As especificações técnicas do primeiro modelo do K6-III (nome-código Sharptooth) são as seguintes:
- Plataforma super soquete 7;
- Cache L1 de 64 KB (metade dados e metade instruções);
- Cache L2 de 256 KB operando na mesma frequência do chip;
- Litografia de 250 nm;
- Tensão de alimentação de 2,4 V.
Podemos observar que, fora o cache L2 integrado e a tensão de alimentação ligeiramente aumentada para 2,4 V, as especificações são as mesmas do K6-2, inclusive o suporte ao conjunto de instruções 3DNow!.
Aqui será avaliado o modelo de 400 MHz do K6-III, o qual comprei no início de 2000 e que foi o meu fiel companheiro por um bom tempo, na maior parte desse período rodando o Windows NT 4.0 e o 98 SE em dual boot. Inclusive, foi no NT4 e no K6-III que desenvolvi o TCC do meu bacharelado em Ciência da Computação.
O meu velho companheiro K6-III: não dou, não vendo, não troco! |
Testes
A placa-mãe super soquete 7 de testes é a Asus P5A baseada no chipset Ali Aladdin V, em conjunto com a clássica placa de vídeo 3dfx Voodoo4 4500 PCI usada em todos os ensaios (veja mais detalhes aqui). Incluí no gráfico os números do K6-2 também de 400 MHz, para termos uma ideia do impacto do cache L2 full speed no desempenho geral.
Como é possível observar, não são todas as aplicações que conseguem tirar proveito do cache L2 (e também do L3). De um modo geral as aplicações mais capacitadas para aproveitar estes recursos extras são os jogos.
Quanto aos demais processadores antigos já testados a inclusão do cache L2 deu um fôlego extra ao K6-III, que entretanto continua padecendo da deficiência de desempenho do seu coprocessador aritmético assim como os K6-2 (os índices de FPU de benchs como o CPU-Z e o Sandra 99 são praticamente os mesmos). De fato, foi somente a partir do Athlon que a AMD resolveu esse problema.
Por fim, nesta última postagem de 2022 desejo a todos um feliz ano novo e boas festas. Cuidem-se e até a próxima!
Segundo o Clube do Hardware, em benchmarks de produtividade, office, etc, o K6-3 era bem mais rápido que um K6-2, mas em jogos não faz tanta diferença, já que a deficiência dos K6-2/2+/3 é a FPU fraca. Ótimo post como sempre, Michael! Feliz ano novo aí a todos!
ResponderExcluirPara produtividade o K6-III era um monstro (foi no que eu mais usei ele), mas nos jogos ele apenas "quebrava um galho".
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