Confira como foi a montagem e a configuração inicial do mítico AMD 5x86, que ficou ainda mais rápido e melhor do que o esperado. 😈
Como é de praxe no blog começamos sempre com o processador instalado na placa-mãe. Notem que em um dos cantos do soquete há um furo separado dos demais, o qual deve ficar sempre alinhado com a marcação no chip. Esta é a regra de outro para instalar processadores soquete 3.
A M921 é uma placa bastante compacta e elegante, nem parece que é uma PCChips.
Com o cooler e os módulos de memória SIMM-72 instalados:
Na grande maioria dos gabinetes AT a chapa de fixação da placa-mãe pode ser removida do chassi, o que facilita muito a montagem.
A chapa é instalada novamente no gabinete com a placa-mãe fixada. Aqui também já temos os cabos flat conectados, bem como as duas portas seriais.
Agora com todas as placas de expansão instaladas, além do disco rígido:
Montagem finalizada! É importante não deixar nenhum cabo flat em cima do cooler para não prejudicar o resfriamento do processador.
Como ficou o painel frontal:
Ligando pela primeira vez
O manual que consegui da M921 não menciona o 5x86 (ele deve ser anterior ao lançamento do chip), assim configurei a placa para usar a frequência do barramento frontal de 33 MHz e o multiplicador 2 como se fosse um DX2, uma vez que o 5x86 mapeia este multiplicador para o 4. O maior cuidado é ajustar a tensão de alimentação para 3,3 V.
O PC inicializou de primeira, diferentemente de muito hardware moderno. O 5x86 é reconhecido como um “Am486DX4Enhance” e a frequência é reportada como de 120 MHz. Muito provavelmente uma atualização de BIOS resolveria o problema, mas acho que isto é um risco desnecessário em placas antigas.
De qualquer modo, mesmo com o processador não sendo reconhecido “pelo nome” o funcionamento do sistema está perfeito - este é o clássico WinBIOS da AMI, cujo programa de configuração com uma interface gráfica e suporte a um mouse era algo muito à frente do seu tempo.
Overclock
Eu não costumo realizar ou recomendar tal procedimento em componentes antigos, mas se o fizer ele deve ser o mais conservador possível, ou seja, sem loucuras como aumentar a tensão de alimentação ou frequências muito elevadas. No teste que fiz com o 5x86 na PCChips M919 não foi possível qualquer overclock (o resultado era tela preta), assim resolvi tentar novamente aqui pois sempre tive uma pontinha de curiosidade para ver o 5x86 rodar acima dos 133 MHz.
Uma vez que o chipset UM8881F da M921 suporta o barramento frontal em 50 MHz ajustei a frequência para este valor, aumentei o multiplicador para 3, cruzei os dedos e liguei o PC. O resultado pode ser visto nesta tela do utilitário Speedsys:
Sim, o 5x86 funcionou perfeitamente em 150 MHz com a tensão de alimentação em somente 3,3 V, abaixo do padrão! E o melhor: até o momento ele está rock solid - é um 486 levado ao extremo! 😎
Além do resultado positivo do overclock, temos outras constatações:
- Esta placa possui chips de cache L2 verdadeiros, felizmente não sendo como outras PCChips que vem com chips falsos;
- O cache L1 do meu exemplar de 5x86 é write-back, que possui um melhor desempenho em relação aos modelos com cache write-throught;
- O fato do processador não estar sendo corretamente reconhecido não teve impacto na performance;
- A BIOS possui o saudoso bug do milênio. 😛
Por hoje é só, pessoal! Vale lembrar que todas as postagens sobre o 5x86 podem ser vistas aqui. Até a próxima parte!
Eu tenho uma PCChips de 486, mas, infelizmente, eu tive azar: minha placa mãe tem memória cache L2 de plástico. Provavelmente, como a maioria dos pcs vendidos aqui no Brasil são low end, a grande maioria das placas mães vendidas na época tinham cache de plástico.
ResponderExcluirFiquei curioso em ver uns benchmarks desse 486 a 150Mhz. Segundo minhas pesquisas, um 486 a 160Mhz (40mhz x 4) tem desempenho de um Pentium 90Mhz. Quake ainda deve rodar ruim, talvez a uns 12 a 15FPS.
Acabei acidentalmente excluindo o seu comentário anterior... foi mal! Esses chips plásticos com a inscrição "write-back" da PCChips talvez sejam a maior picaretagem da história.
ExcluirO maior problema de rodar Quake em 486 é que ele foi desenvolvido para usar a arquitetura superescalar do Pentium, o que gera uma brutal perda de desempenho nos 486s. Sem falar qua a FPU da Intel nessa época era disparada a melhor.
Não tem problema, eu comento de novo haha.
ExcluirEncontrei um site australiano que conta a história das placas de 486 com cache de plástico: .
Resumidamente, lá por 1994, a parte mais cara da placa mãe era a memória cache em na época, eram vendidas placas mae baratas para 486 sem cache (naturalmente escondendo esse fato do consumidor). Essas placas tinham os slots para o cache, mas não vinham com nenhum chip de cache. Quando a placa mãe tinha o CMOS resetado, a placa mãe congelava no boot. Motivo: o cache L2 vinha ligado por padrão no BIOS e, quando a placa mãe não detectava o cache (porque não tinha kk), ela travava no boot. Daí o negócio era "desligar" o cache L2 e dar reboot.
Em 1995, eles refinaram o golpe. Em vez de fazerem placas mãe sem os chips de cache, resolveram por no lugar peças de plástico que imitavam o formado dos chips, muitas delas escrita "write back" em cima. Além disso, o BIOS era programado para desligar o cache L2, mesmo que se configurasse para ligar o cache. O resultado disso era que a ausência do cache L2 na placa mãe diminuía o desempenho de 30% a 40% em relação às placas mãe com cache secundário.
Daí o próximo golpe foi em 1996/1997, com as placas mãe renomeadas. Eram chipsets originalmente da SiS, Via e ALi com nomes tipo Vx-Pro, TX-pro, Hx-pro, nomes que faziam parecer que esses chips eram derivados dos chipsets HX, TX e VX da Intel. Mas, apesar do nome, o real problema dessas placas não eram o chipsets e os recursos e sim a instabilidade e o baixo desempenho. Existia um site chamado PCChips Lottery (pq literalmente era loteria saber qual o chipset e video onboard, som e rede kkk) e um artigo do Clube do Hardware com uma tabela dos chipsets da pcchips e o seu nome original.
Michael, se tu achar que esse comentário merece virar um artigo, pode usar, só menciona meu nome. Sério.
Opa, muito obrigado pela contribuição!
ExcluirO Gabriel Torres na época também fez um artigo:
https://www.clubedohardware.com.br/artigos/placas-mae/falsifica%C3%A7%C3%A3o-do-cache-de-mem%C3%B3ria-r34058/
De nada! Foi esse artigo do Gabriel Torres que me ajudou a descobrir que a minha pcchips também tinha cache L2 de plástico...
ExcluirDe longe o melhor chipset dessa época foi o VIAGra hahaha
ExcluirIronicamente, o nome Viagra (apesar de render piadas kkk) era o chipset MVP4 da VIA... era o MVP3 + vídeo integrado Trident Blade. Se eu não me engano, esse vídeo onboard usava o barramento do AGP, de forma que a única forma de por uma placa de vídeo offboard em placas mães com esse chipset era através do PCI
ExcluirEm tempo: o significado original do VIAGRA era "VIA com gráficos integrados" (VIA + Graphics Integrated).