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Análise – placa-mãe PCChips M571

A M571 é uma placa-mãe soquete 7 baseada no chipset SiS 5598, da mundialmente “aclamada” fabricante chinesa PCChips. Vamos dar uma olhada nela.

Análise – placa-mãe PCChips M571

No formato baby AT, esta placa tem alguns recursos bem interessantes. Comecemos pelos conectores elétricos: são um AT e um ATX de 20 pinos, o que permite a utilização de fontes de alimentação de ambos os padrões.


O suporte à RAM é bem amplo: são dois slots DIMM de 168 vias com suporte a módulos SDR-66/100 (ou PC-66/100), além de quatro slots para módulos SIMM de 72 vias com chips FPM ou EDO. É bom destacar que módulos SDR e FPM/EDO não podem ser usados ao mesmo tempo, e a capacidade máxima é de 384 MB.

A M571 conta com 512 KB de cache L2, e o chipset é capaz de "cachear" até 128 MB da memória principal.


São suportados os processadores Intel Pentium e Pentium MMX, AMD K5 e K6, e os Cyrix 6x86 e MII. A frequência máxima do barramento frontal é de 75 MHz e conforme o manual é possível travar a frequência do PCI em 33 MHz, o que é excelente para evitar instabilidades geradas por dispositivos que não consigam funcionar com o barramento acima da frequência padrão.


Na imagem abaixo também temos as duas portas IDE oferecidas pela placa, ambas suportando o modo UDMA2 (33 MB/s).


São quatro slots PCI tradicionais e três ISA de 16 bits. Geralmente todas as M571 vem com o chip de áudio SoundPro HT1869 PCI, o qual pode ser completamente desabilitado para a instalação de uma placa de som dedicada.

Também podemos observar a porta para a unidade de disquete, além da porta paralela e as duas seriais. Há uma porta PS/2 e duas USB 1.1, que requerem espelhos traseiros para serem utilizadas.


O SiS 5598 concentra as funções de ponte norte e sul em um único chip, além de trazer integrado um controlador de vídeo SiS 6326 com suporte a até 8 MB de memória de vídeo compartilhada com  a RAM, o qual pode ser totalmente desabilitado.

O dissipador de calor do chipset vem com uma cola bem resistente, assim para não correr o risco de danificar a placa obtive esta imagem na Web que mostra o SiS 5598 sem o dissipador. Ele foi bastante popular na época e usado por diversos fabricantes, até mesmo a renomada Asus lançou algumas placas com ele (as séries SP97 e SP98).


Este é o programa de configuração da placa, fornecido pela AMI.




Há um jumper na placa que permite desabilitar o vídeo integrado.


Já o chip de áudio integrado pode ser desabilitado aqui:


Concluindo, a M571 é uma placa soquete 7 bastante honesta (nem parece uma PCChips...) com recursos bem interessantes, e a possibilidade de desativar totalmente tanto o vídeo quanto o áudio integrados merece uma menção honrosa.

Por fim vale lembrar que a mesma pode ser encontrada com outros nomes tais como TXPro-II, e também com outras marcas como a Amptron PM-9100 TX3 (além de inúmeras outras), pois a PCChips costumava vender placas sem marca para outras empresas.

Comentários

  1. Gosto do chip do BIOS "BURN-IN 24HR"!!! 🤣

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  2. Caramba... esse é o tipo de post que eu mais adoro! Eu mesmo tenho uma PCChips VX Pro. Ela também era vendida sob o nome de PCChips M537. Uma curiosidade é que existem duas PCChips M537: a M537 "normal" (que usa o chipset VXPRO) e a M537DMA33, que usa o chipset VXPRO+ (plus). A diferença é basicamente a presença de DMA 33, ou seja, a possibilidade de ativar o bus mastering, o que reduz drasticamente o uso do processador nas transferências do disco rígido e obviamente melhora muito o desempenho do computador.

    Eu me considero premiado com a minha VXPRO: ela suporta processadores K6 "normal", ou seja, não suporta o K6-2. Mesmo assim, eu consegui colocar pra funcionar um processador AMD K6-2 400Mhz, com downclock e aumento de voltagem (o processador funciona a 2.2v e a voltagem mínima da placa-mãe é 2.5v) e tudo está funcionando muito estavelmente rodando a 75Mhz de FSB, que multiplicado por 3.5, resulta num clock de 262,5Mhz no K6-2.

    Ah e antes que perguntem: eu tentei colocar o multiplicador 2x para rodar o K6-2 a 400Mhz na VXPro, mas tudo que eu consegui foi uma tela preta... Ou seja, não funcionou :(

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  3. Quanto ao suporte à memoria RAM dessa placa M571 (e de várias outras desse mesmo naipe), é o seguinte: na prática, o melhor é limitar a quantidade de memória ao limite cacheável, pois se passar disso, a cache L2 não atende à memória toda, o que implica em redução do desempenho do PC em vez de aumento :( O mais fácil é colocar 64MB de memória EDO (4x16MB) ou 128MB de memória EDO (4x32MB), caso se tenha a sorte de achar pentes dessa capacidade.

    O suporte a memória DIMM dessas placas-mãe é simplesmente horrível, pois a densidade de memória (ou seja, quantidade de memória por chip) tem que ser muito baixa para o pente ser reconhecido completamente. O mais comum é colocar uma memória DIMM e a placa-mãe reconhecer apenas a metade e, nos piores casos, apenas 1/4 da capacidade do pente de memória.

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    1. Sim, geralmente colocar mais memória do que o chipset consegue cachear acaba até prejudicando o desempenho.

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  4. Uma curiosidade bastante interessante é que as placas-mãe a partir de 1997 mais ou menos têm suporte à USB 1.0 ou 1.1, só que na época praticamente não existiam muitos periféricos (é gente, aquela miríade de dispositivos tipo pen drives, hubs, lanternas e "vibradores USB" não existiam kk). Então, muitos fabricantes simplesmente não mandavam o rabicho para conectar as portas USB ao gabinete.

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    1. Na época eu comprei uma Asus P5S-B (SiS 530) e não veio o espelho com as portas USB, apenas o PS/2.

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  5. Por último, o maior problema das PCChips não eram os recursos (na maioria das vezes, salvo algum exemplo de placa mãe que tinha apenas um slot PCI e UM ISA) e sim a instabilidade. Muitas vezes, os computadores montados nessas placas-mãe apresentavam congelamentos, baixo desempenho, congelavam ao instalar drivers e apresentavam compatibilidades inexplicáveis, como por exemplo, não poder colocar um modem, som e vídeo PCI, deficiência na alimentação de placas de vídeo, etc.

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    1. Rapaz, até que essa M571 tá surpreendendo! Estou montando um novo projeto com ela (aguardem as cenas dos próximos capítulos... rs) e até o momento está indo muito bem.

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    2. Tem um site australiano (Redhill - https://redhill.net.au/b/b-99.php) que fazia vendas e reviews de placas mãe dessa época. Disseram que a PCChips M571 era bem estável... até surgir uma nova revisão com saídas coloridas e o adesivo Y2K ready... ou seja: essa Pcchips M571 que tu tem, estável e operante, é uma exceção à regra hahaha

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    3. Deve ser então uma das poucas PCChips que prestou... pois a partir das super 7 e slot 1/soquete 370 acho que nenhuma presta.

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    4. Sim, exato. A minha primeira PCChips foi uma M871G socket 754. Às vezes dava uns paus no Windows XP. Ainda assim, usei essa placa de dezembro de 2005 até 2012. Foi com ela que fiz os primeiros upgrades. O Pc veio com 256MB de memória e eu coloquei mais 512MB e depois mais 1GB DDR400. Eu substituí o Sempron 2500+ por um Athlon 3200+ (socket 754) e o HD continuou o mesmo IDE Samsung de 80GB 7200RPM velho de guerra. Essa placa mãe aguentou as placas de vídeo AGP Geforce FX5500, 6200, ATI HD 3450 e HD 4650. Joguei muitos jogos e o mais pesado que rodei foi o GTA 4, limitado por causa do Athlon 3200+ single core.

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    5. Na era socket 462, a qualidade da PCChips era sofrível com a M810 e derivadas. Acho que o auge da porcaria foi na era Socket 7 e Super 7 (M598 mandou lembranças haha). Eu não sei quem era pior... se eram as placas ou os chipsets e drivers da SiS kkkk. Na era socket 754 e 775 parece que as placas eram mais estáveis... Ou, pelo menos, menos instáveis.

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    6. Pior que não acho os chipsets SiS ruins, quando implementados em placas de bons fabricantes funcionam muito bem. Por exemplo, a Asus P5S/P5S-B tem o SiS 530 e a diferença é da água pro vinho em relação à M598.

      Aliás, na minha opinião a M598 é a grande culpada pela má fama dos K6-2...

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    7. Lembrei de uma placa com chipset SiS que era ruim. Era uma 662MX da Foxconn... Ela era socket 775 e tinha o vídeo onboard Mirage 1 (Directx 7). A config da máquina era 2GB de memória RAM e um Pentium Dual Core E2160 e uma VGA Geforce GT 520.

      A parte boa é que ela fazia overclock muito fácil. Apesar de suportar apenas memórias DDR2 de 533Mhz e 667Mhz, dava para por o FSB do Pentium Dual Core de 200Mhz (800Mhz) para 266Mhz (1066Mhz) e as memórias em 800Mhz (as memórias eram DDR2 800mhz).

      Mas vamos à parte ruim: todas as vezes que eu rodava jogo nessa máquina, tipo Call of Duty Modern Warfare, 3dmark, a CPU ficava em 100% TODO O TEMPO de forma anormal. O problema não acontecia qdo se usava o vídeo onboard (rodei 3dmark e gta vice city). E o cooler rodava parecendo uma turbina de avião. Eu tentei por novos drivers, troquei até de Windows... Botei Windows XP, Vista e 7 e o problema continuou. Esse problema não aconteceu em nenhuma placa mãe de chipset intel, então concluí que deve ser culpa desse Sis 662mx mesmo...

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  6. Ainda que os chipsets da Sis não sejam ruins em termos de recursos, eles instalados em placas-mãe da PCChips eram uma combinação tenebrosa hahaha

    E sim, boa parte da má fama dos processadores K6-2 é por causa dessa placa madrasta da PCChips. Se instalassem o K6-2 nuna placa com chipset da Via ou da Ali ou mesmo nuna Asus com o SiS 530, tudo mudaria de figura.

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  7. Posso assegurar que os K6-2 foram queimados por causa dessas PC-CHIPS porque eu usei o Windows XP com 64 MB de RAM numa ASUS com um K6-2 e o computador inexplicavelmente rodava liso igual bumbum de bebê. Eu não acreditaria se tivessem me contado.

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    1. Na época eu tinha um K6-III numa Asus P5S-B (SiS 530) com uma TNT2 M64 PCI. Rodava o XP de boa, muito embora eu preferi ficar no Windows 2000 (que rodava ainda melhor) pois achava o XP muito frescurento... kkkk

      Até mesmo um Quake III/UT99 o velho K6-III encarava, não era o rei do desempenho mas dava para se divertir numa boa. Numa época que a gente era durango, e o hardware escasso e caro, o negócio era se virar com o que tinhamos. Bem diferente de hoje quando o povo troca de placa de vídeo porque não consegue mais 200 FPS com tudo no "talo"...

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  8. Pois é, nessa época eu trabalhava bastante com manutenção de PCs e cansava de ouvir o povo reclamando que AMD era bomba, que só travava, que só dava problema, alguns até chamavam de Ai Meu Deus.... kkkk
    Mas era só abrir o PC que em quase todos os casos estava lá uma gloriosa PCChips.

    Enquanto que para Intel o povo só usava Asus, Abit, Gigabyte, para os pobres K6 era PCChips na veia. Aì não tem como comparar.

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    1. Mas justiça seja feita: muitos Pentium 2, 3 e Celerons tbm eram vendidos numas PCChips tenebrosas (M747, por exemplo)...

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    2. Ah sim, era mais os Celerons, mas mesmo assim era bem menos PCChips do que os K6. Já para os Pentium II/III, que eram bem mais caros era difícil ver uma PCChips.

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    3. Mas como o Brasil é um país pobre (ainda que digam o contrário levando-se em conta o PIB absoluto e não a renda per capita), a maioria dos brasileiros começou na informática com PCChips e Celeron e pouca memória (tipo 32MB ou 64MB). Daí quando a máquina não travava, fazia muito swap e ficava lenta que dói.

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    4. Com certeza... os Pentium II/III eram a primeira divisão, os Celerons a segunda e os K6-2 a terceira... ninguém queria gastar nada além do necessário em processadores de entrada.

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    5. Mas bem que poderia ter computadores com processador de entrada, memória RAM em boa quantidade e placa-mãe de qualidade... mas essa combinação quase nunca tinha nas lojas...

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    6. A impressão que tenho é que, até 1997 mais ou menos, a PC-Chips não tinha o domínio absoluto do mercado no Brasil. Na época do soquete 7 (*não* super 7) eu vi muitos PCs montados de lojas com placas-mãe FIC, por exemplo, como as PA-2002, VT-501 e VT-503, todas de boa qualidade. Apareciam também marcas como A-Trend, EFA e Zida, que, na época, não me pareceram ruins. Foi na virada dos anos 2000 que a PC-Chips realmente tomou conta e passou a nos infernizar. A M748 era outra terrível, que arruinou muito Pentium III.

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  9. Que nostalgia! Eu tive uma M571 inicialmente com um 233MMX e depois com um K62 400 rodando a 396(6*66)Mhz.
    Tem um site com muita informação dessa placa: http://m571.com/m571/index.htm

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