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K5: o pioneiro da AMD #1

Prosseguindo com a saga das microarquiteturas da gloriosa AMD chegamos ao icônico soquete 7, aqui representado pelo processador K5 que foi o primeiro com design próprio da empresa. Confira a seleção de componentes deste novíssimo projeto, o mais novo integrante dos projetos da loucura!

K5: o pioneiro da AMD #1

Do 8088 ao 80486 todos os processadores AMD eram idênticos aos Intel em termos de microarquitetura, uma vez que eles eram produzidos a partir de acordos de licenciamento feitos pelas duas empresas. O único diferencial de alguns chips da AMD era a frequência um pouco mais elevada, como eram os casos do 80386 DX de 40 MHz (os 386 da Intel foram no máximo até 33 MHz) e do 5x86 de 133 MHz (os 486 da Intel chegaram a até 100 MHz).

Porém a partir do Pentium a Intel não fez mais nenhum acordo de licenciamento, forçando assim os demais fabricantes a correrem atrás do prejuízo. Lançado em 1996 o K5 foi o primeiro processador a trazer um projeto próprio da AMD, sendo assim um chip bastante especial.

Mas chega de conversa e vamos aos componentes!

Processador – AMD K5 PR166

Amplamente conhecido como o “Pentium da AMD”, o K5 trazia na sua arquitetura elementos que o aproximavam muito mais do Pentium Pro do que propriamente do Pentium clássico, tais como a capacidade de execução fora de ordem das suas unidades de inteiros. Ele também é um chip híbrido CISC/RISC, com um decodificador de instruções x86.

O K5 marcou a introdução do conceito PR (Performance Rating), um índice criado pela AMD de equivalência de desempenho em relação ao Pentium. Ou seja, teoricamente a performance do K5 PR166 seria similar à de um Pentium clássico de 166 MHz.

Tecnicamente o K5 PR166 roda a 116,7 MHz com a frequência do barramento frontal de 66 MHz, o seu cache L1 é de 24 KB (8 KB para dados e 16 KB para instruções) com litografia de 350 nm e tensão de alimentação de exóticos 3,52 V. Na placa-mãe deve ser usado o multiplicador 2,5, uma vez que o chip o remapeia internamente para 1,75.


Placa-mãe – PCChips M571

Mesmo sendo uma PCChips, esta placa baseada no chipset SiS 5598 me surpreendeu positivamente, pela ampla gama de recursos e boa estabilidade mostrada durante os testes. Para este projeto eu buscava uma placa soquete 7 (não super 7) no formato AT, e este modelo veio muito bem a calhar.


RAM – 32 MB EDO SIMM-72 (60 ns)

Acho que os módulos EDO de 72 vias são os que mais combinam com este período. Na plataforma soquete 7 eles devem ser usados sempre aos pares, pois o barramento frontal opera em 64 bits e estes módulos são de 32 bits.


Placa de vídeo – Matrox Millennium PCI

Era considerada uma das melhores placas 2D da época, sempre disputando com os chips da S3 pelas primeiras posições neste quesito. Este modelo conta com 4 MB de VRAM.


Placa de som – Creative Sound Blaster AWE32 ISA

É o primeiro modelo da Creative a trazer suporte ao MIDI por wavetable com um processador dedicado, o famoso EMU-8000 (que na placa é o chip CT8903), e polifonia com até 32 canais/vozes. Foi bastante cobiçada na época (e até hoje continua sendo pelos colecionadores de hardware antigo).

Existem algumas variantes da AWE32 com pequenas diferenças. Esta conta com uma ROM de 1 MB com o conjunto de fontes MIDI padrão da Creative, porém memória RAM pode ser acrescentada usando módulos SIMM-30 para usar outros conjuntos de fontes, também conhecidos como soundfonts.


Placa de rede – 3Com Etherlink III ISA

Foi amplamente utilizada no período, com taxa máxima de transferência teórica de 10 Mbps (padrão Ethernet).


Disco rígido – Fujitsu MPB3021AT de 2,1 GB

Conta com rotação de 5.400 RPM e 256 KB de cache, e a sua capacidade é plenamente suficiente para a aplicação.


Unidade óptica – LG 52X

Adequado para a finalidade do projeto, além de ter uma boa qualidade construtiva.


Unidade de disquete – Mitsumi de 1,44 MB e 3,5”

Era difícil um PC deste período não ter uma boa e velha unidade de disquetes.


Cooler – Cooler Master

É um modelo bastante compacto e de boa qualidade.


Fonte de alimentação – XPC AT de “300 W”

Comprei recentemente algumas fontes desse modelo que são novas de estoque antigo. Claro que não dá para confiar totalmente (periodicamente eu faço testes com o multímetro nelas), mas ainda é bem melhor do que empregar fontes velhas com décadas de uso.


Gabinete – Troni AT

Achei esse gabinete um charme, ainda mais com a entrada para a unidade de disquetes toda estilosa.



Sistema operacional – Windows 95

Este PC rodará a primeira compilação oficial do famoso sistema operacional, aquela mesma lançada em agosto de 1995 que fez formar grandes filas nas lojas ao som de Start Me Up dos Rolling Stones.


Por hoje é só pessoal. Até a próxima parte!

Comentários

  1. Ótima postagem, gostaria de ver essa belezinha rodando os jogos clássicos da época. Eu nunca tive um processador AMD K5 e, se fosse comprar hoje, certamente não seria barato.

    Uma curiosidade: daria pra fazer overclock no K5 subindo a FSB dele para 100Mhz?

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    1. Hoje em dia está difícil, quase tudo anda inflacionado pois a retrocomputação meio que virou "modinha".

      Quanto a overclock o problema é que o multiplicador interno do K5 é travado, assim com o FSB a 100 MHz o processador iria a 175 MHz, o que é algo praticamente impossível para o K5 - vale lembrar que o topo de linha dele foi o PR200 que roda a 133 MHz.

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    2. Ah sim, interessante saber. Talvez a opção mais realista de overclock para esse K5 seja colocar o FSB a 75Mhz, resultando em 131,2Mhz de frequência.

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    3. Aguarde as cenas dos próximos capítulos.... rs

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  2. O ruim dos PCs antigos com processadores AMD aqui no Brasil era vir geralmente com as famigeradas placas PC Chips, que não eram um grande exemplo de estabilidade. Aqui em casa tivemos dois PCs com essas placas, sendo um deles com AMD K6 II!

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    1. Vixe, até em PCs menos antigos da AMD... No socket 462 predominavam as M810, M863G da vida... No socket 754, a M871G ou A31G era figurinha quase carimbada. Pelo menos essas duas últimas não eram tão instáveis como uma M598 da vida...

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    2. Montei e vi sendo montados muitos micros 462 com essas linduras da PC Chips.

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    3. Sim, foram as PCChips que queimaram a fama dos AMD nessa época, principalmente os K6-2.

      Conforme um review que o Willian mandou parece que a M571 é uma das únicas PCChips que prestaram.

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    4. Curiosidade: meu nome NÃO é WILLIAN. É W-I-L-L-A-N. Agradeço à minha mãe pelo meu nome, que sempre gera confusão hahaha. E, pra piorar, tenho um irmão gêmeo não idêntico chamado Willian.

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    5. Haha que nada... 99% das pessoas me chama de Willian nas primeiras vezes... Kk

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