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Descanse em paz, Paul

Sabe quando parece que foi alguém da sua família? Me senti assim ontem quando vi que o Paul Di’Anno, o vocalista que gravou os dois primeiros discos do Iron Maiden, tinha falecido. 

 

Descanse em paz, Paul

Eu fui apresentado ao Iron Maiden no final dos anos 80, quando um amigo trouxe um LP (hoje também conhecido como disco de vinil - acho que isso entrega a minha idade...) do ótimo Seventh Son Of A Seventh Son lançado em 1988, que gravei em uma fita cassete e ouvi até a mesma acabar. Como antigamente o acesso à música era bem mais difícil, reencontrei o Maiden apenas no disco Fear Of The Dark de 1992, o primeiro CD que eu comprei na vida.

Um tempo depois ao passar em frente de uma loja de discos (acredite: havia muitas delas então) vi na vitrine o CD Iron Maiden, o primeiro disco da banda de 1980, aquele da capa com o Eddie em frente ao muro. Cara, fiquei petrificado! Eu precisava ouvir aquilo! Juntei as economias da mesada e voltei correndo à loja (vai que alguém compra antes?), por sorte o preço era justo e o dinheiro deu certinho. 💸

Como até então eu só tinha ouvido o Maiden com o Bruce Dickinson, o som com o Paul foi um verdadeiro choque, mas um choque muito agradável! Logo me chamou a atenção o peso e a agressividade das músicas deste disco, até mesmo a “balada” Remember Tomorrow tinha partes bem pesadas, aliás para mim esta é a melhor performance vocal dele em todos os tempos.



Este disco acabou se tornando o meu favorito do Maiden, não tinha um dia que eu não ouvia ele (lembrem-se: o acesso à novas músicas era difícil). Prowler foi a porrada sonora que apresentou a banda ao mundo:


Antes de prosseguir, uma curiosidade minha: nesta época (meados dos anos 90) eu estava deixando o cabelo crescer e ele ficou muito parecido com o cabelo que o Paul tinha nos tempos do Maiden, assim meu apelido acabou sendo “Paul Di’Anno” entre os amigos. Para mim foi uma honra! 😁

 

Meu cabelo era igualzinho


Como todos sabemos, ele ficou na banda do Steve Harris apenas em mais um disco (o Killers) sendo substituído pelo Bruce em 1982, e o resto é história. É deste trabalho outra performance memorável dele:


Desde então ele esteve em diversos projetos e grupos, tais como o Battlezone, Killers e, mais recentemente, o Warhorse. Mas na minha opinião o seu melhor trabalho depois do Maiden é o disco Nomad lançado em 2000, que foi gravado aqui e contou apenas com músicos brasileiros: Paulo Turin e Chico Dehira nas guitarras, Felipe Andreoli no baixo e Aquiles Priester na bateria.


Da esquerda para a direita: Paulo Turin, Felipe Andreoli, Paul Di’Anno, Aquiles Priester e Chico Dehira 

 

Neste álbum Paul estava com o gogó em plena forma, e o trabalho instrumental dos brazucas é fodástico. Deixo uma dica: no Spotify este álbum possui o nome The Living Dead. Vale a pena conferir!

Infelizmente, desde os tempos do Maiden (inclusive esta foi a justificativa do Steve Harris para a sua demissão) os abusos de drogas e álcool foram uma constante na vida de Paul, que apesar do coração enorme nunca conseguiu fugir do estilo porra louca – mesmo em uma cadeira de rodas, como estava nos últimos anos, ele não deixava de fazer shows e as demais doideiras dele.

Enfim, como a causa da morte não foi divulgada pela família, tudo fica no campo da especulação. Mas é muito provável que o seu modo de vida tenha sido determinante para a sua partida precoce, com apenas 66 anos. Uma grande pena.

Descanse em paz, Paul Andrews. Você e sua obra jamais serão esquecidos.

Comentários

  1. Bah, a morte do Paul Di Anno foi uma perda e tanto. Lembro-me que quando iniciei a ouvir metal, comecei por new metal, depois gothic metal e symphonic... Nightwish, Tristania, etc. Depois eu tive curiosidade por bandas clássicas e conheci Black Sabbath, Deep Puple e Iron Maiden. Eu só ouvir com mais atenção a discografia do Maiden lá em 2018-2019, por ocasião do show da banda em Porto Alegre.

    Anos depois, o Paul Di Anno e banda passaram por Porto Alegre e eu não pude ir. Uma perda irremediável mesmo. Eu adoro as músicas Prowler e a minha favorita dessa era do Maiden é Phantom of the Opera.

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    1. O que eu mais curto no Paul é que ele era um maluco qualquer como nós, e que de repente se tornou vocalista de uma das maiores bandas de metal do mundo, mandando muito bem!

      Certamente que o Bruce tem bem mais técnica, mas isso não é tudo!

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    2. Sim, concordo! Outro exemplo é o Ozzy Osbourne... Ele ganha bem mais pelo carisma e personagem dele do que por técnica vocal.

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    3. A notícia é triste, mas nós os fãs de Rock teremos de nos acostumar com esse tipo de perda porque os roqueiros de quem tanto gostamos já estão bem velhinhos (em sua maioria).😩 Ele era talentoso, mas tinha o hábito nada saudável de sabotar a própria carreira, pois foi o maior responsável pela saída dele do Iron Maiden e nós últimos anos conseguiu arrumar encrenca com o empresário dele, que o ajudou bastante nós tratamentos de saúde que ele precisava fazer... Minha música favorita dos dois primeiros álbuns também é a Phantom of The Opera!

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    4. O maior exemplo da autossabotagem foi ele ter vendido os direitos de participação dos dois primeiros discos do Maiden, por míseros 50 mil dólares.

      O seu nível de "porralouquice" era diretamente proporcional ao grande talento.

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  2. Foi um grande frontman, apesar do estilo de vida pra lá de doidão. Consegui vê-lo ao vivo em São Paulo, no antigo Palace em 1997, a performance estava muito boa e lembro que ele agitou muito com a plateia. Bons tempos. Descanse em paz Paul, e 'Remember Tomorrow'.

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  3. Grande Bruce, ele fez uma belíssima homenagem ao Paul. Vejam:

    https://www.youtube.com/watch?v=-9WP76c5g0I&ab_channel=HeavyTalkNews

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  4. É triste como a maioria dos artistas de rock de grande sucesso dos anos 80 e 90 já morreram, muitos precocemente (antes dos 50), a maioria envolvidos com drogas, muitos tinham sérios problemas psicológicos

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    1. edit: no "muitos precocemente" eu tava falando que muitos morreram precocemente, pq ficou parecendo que digitei errado

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