Prosseguindo com a saga das microarquiteturas da gloriosa AMD chegamos ao icônico K6, o primeiro chip da empresa a obter um grande sucesso comercial. Confira a seleção de componentes deste novíssimo PC, o mais novo integrante dos projetos da loucura!
Como vimos no projeto do K5, todos os processadores x86 dos 8088 até os 80486 foram projetados pela Intel, com os demais fabricantes produzindo os seus chips através de contratos de licenciamento (como a AMD) ou por engenharia reversa (como a Cyrix). Porém a partir do Pentium a Intel não mais fez licenciamentos, e reforçou o seu departamento jurídico para que nenhuma outra empresa fizesse clones dos seus processadores sem sofrer as consequências legais.
Assim vários fabricantes saíram do mercado (tais como a Texas Instruments, a UMC e diversos outros), e os que restaram tiveram que arregaçar as mangas e criar projetos próprios. No meio desta peleja havia uma pequena empresa chamada NexGen que lançou o chip Nx586 sem obter sucesso comercial, entretanto o projeto do seu sucessor (que seria o Nx686) chamou a atenção da AMD que adquiriu a NexGen em 1996.
Isto criou um grande “problema” para a AMD: logo após o lançamento do K5 a engenharia da empresa já tinha um projeto em estágio avançado do que seria o K6, mas este foi descartado em favor do projeto da NexGen dando origem ao K6 como o conhecemos hoje. Sempre tive a curiosidade de saber como seria o K6 da AMD, mas segundo consta nenhum protótipo chegou a ser produzido.
Mas chega de conversa e vamos aos componentes!
Processador – AMD K6 de 233 MHz
Embora ele seja amplamente conhecido como o “Pentium MMX da AMD”, na verdade a sua arquitetura o deixa mais próximo do Pentium Pro (P6) do que dos primeiros Pentium. A primeira versão do K6 conta com 64 KB de cache L1, suporte às instruções MMX, barramento frontal de 66 MHz e compatibilidade com o soquete 7. A sua litografia é de 350 nm.
Placa-mãe – Asus P5S-B
É uma placa super soquete 7 no formato baby AT baseada no chipset SiS 530, com uma qualidade construtiva muito boa.
RAM – 64 MB SDR-100
Como a placa-mãe é uma super 7, acredito que podemos “ajudar” o K6 já partindo para um pente de 100 MHz.
Placa de vídeo – Nvidia Riva 128 PCI (Diamond Viper V330)
O Riva 128 foi o primeiro chip gráfico lançado pela Nvidia, o que o torna clássico por si só. Complementam a placa 4 MB de VRAM.
Placa aceleradora 3D - 3dfx Voodoo PCI (Diamond Monster 3D)
Clássico absoluto, esta foi a placa que mostrou ao mundo que os PCs eram capazes de gerarem belos gráficos 3D em tempo real. Eu possuo dois exemplares desta maravilha, e um deles é todo original como podemos observar na imagem abaixo.
Mas no presente projeto usarei esta que teve um dissipador de calor instalado pelo dono anterior, deixando o modelo original devidamente guardado e preservado para as futuras gerações. 😉
Placa de som – Creative Sound Blaster AWE64 ISA
Assim como a sua antecessora esta placa também é baseada do chip de waveteble Creative EMU-8000, contando com 32 vozes reproduzidas por hardware e mais 32 por software. Ela vem com 512 KB de RAM, o que permite usar conjuntos de soundfonts sem precisar adicionar memória discreta.
Em relação à AWE32 ela possui uma melhor relação sinal/ruído, além de maior compatibilidade com os modelos anteriores no MS-DOS.
Placa de rede – Realtek 8139D PCI
É uma placa Fast Ethernet (100 Mbps) com ampla compatibilidade.
Disco rígido – WD Protégé de 10 GB
Conta com rotação de 5400 RPM e 2 MB de cache, e a sua capacidade é plenamente suficiente para a aplicação.
Unidade óptica – Sony CD-RW
É um clássico gravador de CD-Rs e RWs, que foi muito cobiçado na época.
Unidade de disquete – Genérica de 1,44 MB e 3,5”
Era difícil um PC deste período não ter uma boa e velha unidade de disquetes.
Cooler – Cooler Master
Os primeiros K6 eram mais “esquentadinhos” se comparados ao Pentium MMX pela sua maior tensão de alimentação, assim é necessário um bom cooler.
Fonte de alimentação – Cooler Master de 350 W
Como a placa-mãe oferece um conector ATX não é necessário arriscar com fontes de alimentação genéricas e/ou antigas, ainda mais com tantos componentes clássicos como estes.
Gabinete – Genérico ATX
Mas espera aí Michael, como você vai instalar uma placa-mãe AT em um gabinete ATX? Esperem e confiram! 😁
Este gabinete veio com uma fonte ATX genérica (VCOM de "400 W") que para mim é lixo eletrônico. Jamais arriscaria usar uma fonte dessas, ainda mais que ela deve ter décadas de uso.
Sistema operacional – Windows 95 OSR 2.5
Esta foi a última revisão do Windows 95, contando com inúmeras correções de bugs, suporte ao sistema de arquivos FAT32 e suporte parcial ao barramento USB.
Por hoje é só pessoal. Até a próxima parte!
E aí vem o primeiro K6... Curiosamente eu já vi máquinas da Compaq de época que, no rótulo, apenas dizia processador MMX (sem mencionar que era um K6 nem que era da AMD). A máquina vinha com 32MB de memória EDO e HD de 2GB (se eu não me engano) Quantum Bigfoot, que era bem grandão.
ResponderExcluirO K6 era bom em números inteiros, mas ruim em Ponto Flutuante. Mas justiça seja feita: os processadores de outros fabricantes como Cyrix, IDT também tinham um desempenho em ponto flutuante muito inferior às cpus da Intel. Outro ponto é que o K6 era bem esquentado, dada a elevada tensão utilizada e litografia. Montadores de "fundo de quintal" nem sempre usavam pasta térmica ou cooler com base mais alta para dar conta do aquecimento.
Sim, se não me engano tem um vídeo do LGR de um Compaq e quando ele desmontou viu que era um K6... certamente muitos leigos na época que compravam tais máquinas achavam que tinham um Pentium MMX. Isso não deixa de ser uma sacanagem do fabricante (para não dizer outra coisa), tendo em vista que o Pentium era bem mais caro.
ExcluirQuando ao desempenho, essa era a sina dos processadores AMD de antes do Athlon: eram leões em inteiros mas gatinhos em ponto flutuante... rs.