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E o escolhido é… openSUSE Tumbleweed!

Após décadas usando o Debian ou distribuições derivadas resolvi fazer uma mudança de paradigma. Ou como dizem muito por aí, pensar fora da caixa e alterar o mindset. 😂


E o escolhido é… openSUSE Tumbleweed!

Salvo por questões de compatibilidade bastante específicas, quem já usou o Wayland nunca mais vai querer voltar ao anacrônico X.Org, ainda mais quando o mesmo está quase virando um abandonware. A mudança é da água pro vinho.

Dentre as interfaces gráficas, sem dúvida o Gnome é o que possui o suporte mais maduro ao novo protocolo, enquanto que o KDE 5.2X ainda tem várias arestas a aparar. Isso me fez optar pelo primeiro quando instalei o Debian 12 no ano passado, mesmo com o KDE sendo a minha interface favorita.

A fagulha para a mudança começou com a constatação de que o novíssimo KDE Plasma 6 está rodando redondinho no Wayland, após algumas semanas de testes em máquinas virtuais com três distribuições diferentes: KDE neon, Kubuntu 24.10 e o openSUSE Tumbleweed.

Ser focado em estabilidade faz do Debian um sistema lendário, mas o efeito colateral desta metodologia é o tempo que leva para as novidades chegarem a ele, que pode levar anos. Este parece que será o caso do KDE Plasma 6 – na última vez que chequei, mesmo os repositórios do Sid ainda estavam com a versão 5.27.
 
O Debian sempre terá um lugar no meu coração, mas pensei: por que esperar tanto para desfrutar da minha interface favorita com o Wayland? Assim comecei testes mais focados em usabilidade, recursos e estabilidade com as três supracitadas distribuições, e a que melhor se saiu nas minhas avaliações foi o openSUSE.


Havia chegado a hora de mudar de paradigma e de sair da zona de conforto. Afinal de contas, a última distribuição baseada em RPM que usei foi o Mandrake 7.0 no início do século… e isto também reflete a beleza do software livre e do Linux, que é a liberdade de escolha. Bem, este é o meu novo ambiente de trabalho e com o qual estou muito feliz (clique para ampliar).

 

É claro, não poderiam faltar "nerdisses" como os monitores de hardware… 😅

Não quero desmerecer as demais distribuições citadas, que são ótimas, mas o openSUSE eleva o sarrafo para outro nível. Optei pelo Tumbleweed devido à sua metodologia “rolling release com responsabilidade”, onde os pacotes passam por vários testes antes de serem liberados. Isto permite ter o melhor dos dois mundos: pacotes recentes aliados a um bom nível de estabilidade.


O número após o nome é a data da última atualização


O openSUSE também traz um conjunto muito completo de ferramentas e recursos, como o utilitário de configuração YaST. Abordarei tais temas em futuras postagens, pois por hoje acho que já me estendi demais. Até a próxima!

Comentários

  1. Vou acompanhar, estou pensando em retornar ao mundo do Software Livre após um hiato de 5 anos onde fiquei no ambiente das janelas do tio Bill, e estive pensando justamente no openSUSE para este retorno. Minha última experiência havia sido com o Ubuntu.

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    1. Apenas complementando, estou cogitando este retorno por conta do fim do suporte do Windows 10 que se aproxima, e por não ter simpatizado com o Windows 11.

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    2. Windows 11 é duro mesmo... talvez uma boa alternativa seja fazer um dual boot de alguma distribuição Linux com o 10, que seria usado apenas para aplicações Windows only.

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  2. Eu ainda prefiro a estabilidade do Debian, mas se fosse para mudar de distro provavelmente migraria para o openSUSE também. Tenho instalado em uma vm além do Slackware e do FreeBSD... Minha primeira distro RPM foi a Red Hat (na época em que o sistema base ainda era gratuito), mas nunca consegui me adaptar ao Fedora...

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    1. Como o trabalho é quase todo voluntário não tem como cobrar dos caras, mas talvez fosse uma boa ideia fazer uma atualização de plataforma anual no Debian estável, nos anos em que não houvessem novas versões.

      O Debian 12 lançado no ano passo seria atualizado para algo como um "Debian 12.5" neste ano, com o 13 saindo no ano que vem. Esta atualização poderia trazer um kernel mais novo e novas versões das aplicações, já que muitas acabam ficando bem desatualizadas - por exemplo, a versão do LIbreOffice (7.4) que está no 12 é de 2022...

      Ou ainda criar um Debian rolling release oficial, já que muita gente faz isso por conta própria usando os repositórios do testing ou mesmo do Sid.

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  3. Cada vez mais acredito que rolling release é a melhor solução. Voltei ao Arch por causa disso. A política extremamente restrita do Debian é um problema: https://statuscode.ch/2016/02/13/distribution-packages-considered-insecure/ .

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    1. Sim, em ambiente corporativo, é outra história. A política do Debian de não permitir atualizações até mesmo de _minor versions_ dentro de um ciclo estável é pouco atraente para uso doméstico. Os coitados dos empacotadores precisam backportar commits específicos, apenas relativos a falhas de segurança ou bugs considerados "graves", cujo critério para tal sabe-se lá qual é. Isso não é exclusividade do Debian, claro. RHEL e SLE fazem a mesma coisa.

      Arch para mim tem que ser o original, genuíno. Com selo de origem e qualidade. 🤣 Confesso que nunca usei o openSUSE Tumbleweed. Apenas o Leap passou pelas minhas máquinas e, se a memória não me falha, não é tão restritivo quanto o SLE no que diz respeito às atualizações. Pelo que leio, o Tumbleweed é o mais próximo de um rolling estabilizado; mais ou menos, né? Acho que, enquanto o Arch precisa, às vezes, de intervenção manual (bem pouco comum eu diria), o Tumbleweed é desenvolvido para ser transparente, automatizando o que o pessoal do Arch mandaria fazer na mão com uma notícia na página inicial de seu site.

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    2. Foi exatamente isto que me fez optar pelo Tumbleweed - ser um rolling release sem "fortes emoções", com os pacotes tendo passado por todo um ciclo de testes antes de serem liberados, já com todas as automatizações necessárias.

      Se eu montasse um servidor "sério" usaria Debian sem pensar meia vez, mas num ambiente pessoal ao meu ver não é muito atraente usar softwares tão desatualizados. Há repositórios não oficiais chamados de "Debian backports" com versões mais novas das aplicações e do kernel, mas o seu uso é por conta e risco de cada um, não há suporte algum dos mantenedores do Debian. E se misturar muito versões de pacotes sempre há o risco de uma hora ou outra quebrar o sistema.

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    3. Para servidor, minha preferência são os clones do RHEL: AlmaLinux ou Rocky. Apesar de eu entender o propósito do CentOS Stream (e do porquê da Red Hat ter acabado com o CentOS tradicional), acho seu ciclo de atualizações muito rápido, por mais estabilizado que possa ser. Com o AlmaLinux, tudo é calmo e chato, como deve ser. 😄

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  4. Confesso que eu não tenho familiaridade com o Linux. Na opinião de vocês qual a melhor distribuição em termos de facilidade de uso? Qual a melhor para uso em pcs bem antigos? É possível colocar um PC bem antigo (single core, 512MB ou 1GB de memória RAM) em atividade para internet, office com Linux hoje? Quando o Linux é instalado, todos os drivers já vem carregados? Ou só os principais?

    Eu não pergunto sobre distribuição para Core2duo e 4GB ou 8GB de memória RAM e SSD pq nesses casos o Windows 10 atende perfeitamente.

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    1. Para facilidade de uso cito o Ubuntu e o próprio openSUSE - este último foi a única distribuição que já instalei até hoje que não tive que fazer nada via linha de comando, ele já vem com praticamente tudo pronto.

      Sobre PCs antigos, eu já consegui fazer o Debian rodar em um Athlon Thunderbird com 512 MB de RAM:
      https://www.michaelrigo.com/2022/03/thunderdeb.html

      Caso o processador já for x86-64 (ou amd64) o Lubuntu pode ser uma boa alternativa, pela maior facilidade de uso. Caso ainda seja apenas x86 (32 bits) acho que somente o próprio Debian e o openSUSE ainda fornecem versões com kernel i686, mas no caso do segundo os requerimentos de hardware são mais elevados.

      Se a máquina não tiver nenhum hardware muito exótico tudo deverá funcionar de boa, pois é o próprio kernel que inclui os "drivers" (que no Linux são chamados de módulos). Apenas as placas de vídeo Nvidia possuem um suporte mais problemático (que ultimamente até que melhorou bem) pois a empresa "defecou e andou" para o Linux durante anos.

      Entretanto há um "driver" de código aberto (Nouveau) que faz as placas Nvidia funcionarem ao menos em 2D, o que para PCs antigos é mais do que suficiente.

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    2. Obrigado pelas sugestões! Irei testar quando tiver um tempo, de preferência durante o recesso forense rs :)

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    3. Sobre o driver proprietário da Nvidia para Linux, notem que apenas as versões bem recentes estão recebendo melhorias consideráveis no que diz respeito à compatibilidade com Wayland, SimpleDRM, etc. -- no momento, a versão estável é a 550. Requer no mínimo GPUs com microarquitetura Maxwell. Microarquiteturas anteriores não são suportadas e requerem versões descontinuadas do driver (470, 390, 340, etc.), cuja compatibilidade com distribuições recentes é um pesadelo. Para GPUs antigas Tesla/Fermi/Kepler, é melhor ficar com o driver comunitário Nouveau, que é inferior em recursos e desempenho, mas pelo menos funciona sem precisar de reza, macumba, vodu. 🤣

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  5. O Debian é ótimo para ressuscitar PCs antigos, mas quem não tem muita prática com Linux pode ter dificuldades para fazer uma instalação customizada da distro! Algumas distros facilitam a instalação em máquinas antigas. Uma delas é o Puppy Linux (https://distrowatch.com/table.php?distribution=puppy) e outra é o Antix (https://distrowatch.com/table.php?distribution=antix). O Slackware também possui versão 32-bit, mas a instalação dele é bem mais complicada que a do Debian...

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  6. Outro questionamento para vocês: eu li que o suporte dos vídeos onboard da SiS são péssimos em Linux, pra não dizer que é inexistente. E em vídeo onboard da VIA, tem suporte no Linux? Digo isso pq muitas placas mãe de pc antigo incluem vídeo onboard da VIA... ou é mais fácil usar uma placa antiga AGP?

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    1. Suporte a vídeo SiS é sim inexistente. Não perca tempo.

      VIA costumava ser menos pior, há uns 10 anos, pois o driver DDX (roda no espaço de usuário) openchrome era razoável. O problema é que só funciona com a pilha gráfica antiga, rodando xserver. Wayland *requer* driver DRM, presente no kernel, que não existe para chips VIA. Ainda é possível usar VIA com Wayland em distribuições modernas com o driver DRM simpledrm, que é equivalente ao driver VGA genérico do Windows, porém o desempenho é péssimo.

      Para piorar, acho que a maioria das distribuições nem empacota mais o openchrome, pois é abandonware. Ou seja, será uma experiência difícil igual.

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    2. Opa, valeu pela resposta, confesso que entendi alguns termos que vc mencionou. Acredito que isso seja pela minha falta de familiaridade com o Linux.

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